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Cães e gatos estão ficando mais parecidos por influência humana, mostra estudo



Cães e gatos estão cada vez mais semelhantes, e esse fenômeno tem origem na influência humana. É o que aponta uma pesquisa publicada na revista Frontiers in Veterinary Science, que analisou como o comportamento e a aparência desses animais vêm sendo moldados por escolhas estéticas e funcionais feitas por tutores e criadores ao longo das últimas décadas.


Segundo Grace Carroll, professora de comportamento e bem-estar animal na Escola de Psicologia da Queen’s University Belfast e autora principal do estudo, há uma convergência tanto física quanto comportamental entre cães e gatos, especialmente entre as raças desenvolvidas mais recentemente.


A pesquisa indica que a busca por pets com aparência “fofa”, fácil de cuidar e com traços infantis — como olhos grandes, focinho achatado e comportamento carinhoso — tem direcionado a criação de animais que se encaixem melhor em estilos de vida urbanos. Carroll afirma que, ao buscar um animal que "pareça um bebê", os humanos promovem mudanças que extrapolam a estética e afetam até mesmo a saúde dos bichos.


Entre os exemplos mencionados no estudo estão raças como o bulldog francês e o gato persa. Ambos compartilham o focinho achatado (braquicefalia), estrutura corporal compacta e temperamento mais calmo. Embora considerados desejáveis por muitos donos, esses traços estão frequentemente associados a problemas respiratórios, dores crônicas e dificuldade de locomoção.


Outro ponto de destaque é a crescente infantilização dos pets, reforçada pela exposição nas redes sociais. A popularidade de perfis de cães e gatos com feições “humanizadas” estimula a ideia de que os animais devem ser sempre dóceis e esteticamente adoráveis. Carroll alerta que é preciso refletir se essas mudanças estão realmente beneficiando os animais ou apenas satisfazendo expectativas humanas.


Apesar das semelhanças crescentes, cães e gatos ainda apresentam diferenças significativas em comportamento, comunicação e necessidades físicas. Para os pesquisadores, a preocupação principal é com o bem-estar animal diante de um processo de domesticação que, cada vez mais, prioriza a aparência em detrimento da saúde e da natureza dos bichos.


O artigo completo está disponível na revista Frontiers in Veterinary Science. Grace Carroll é professora da Queen’s University Belfast, no Reino Unido.


Fonte: O Globo

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