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Pacientes de hospital no DF são abrigados em corredores e ficam sem atendimento, dizem acompanhantes

Os corredores do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) estão servindo de salas para abrigar pacientes. Imagens gravadas por acompanhantes de internos mostram leitos acumulados nos corredores. Os familiares afirmam que estão sem prazo para atendimento.

Em um dos vídeos, gravados na quarta-feira (15), uma funcionária do HRAN tenta passar com lixo hospitalar no corredor e não consegue, pois há macas no local e uma idosa também tentando passar de cadeira de rodas.

O G1 questionou a Secretaria de Saúde do Distrito Federal sobre as denúncias e não obteve resposta, mesmo após diversas tentativas. Na última semana, a pasta afirmou que o Hran operava com “superlotação” e que “a emergência está funcionando além da capacidade instalada”.

Um das pacientes no corredor é Maria das Dores, de 76 anos. Segundo a acompanhante, que preferiu não se identificar, a idosa sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) na última quarta-feira (7) e, desde então, aguarda o parecer de um neurologista para uma cirurgia vascular.

“Nos primeiros dois dias, ela ficou no corredor usando uma maca do Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], que levou ela para o hospital na ambulância. Depois, tiveram que pegar de volta”, conta.

A acompanhante afirma que, após devolver a maca, a mulher foi encaminhada para uma ala de leitos, mas logo depois voltou a ocupar os corredores. “Eles voltaram todo mundo para os corredores por causa de uma reforma no hospital.”.

A mulher afirma que a idosa foi encaminhada para uma ala de internação nesta quinta-feira (16), enquanto a reforma ainda ocorre (veja na foto abaixo). Ainda sem o parecer do médico, a família teme que o problema de Maria das Dores se agrave. O AVC sofrido neste ano já é o segundo.

“Ela precisa da cirurgia, mas não tem previsão. Ninguém fala”, lamenta.

Reforma em ala de internação do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) — Foto: Arquivo pessoal

Paciente com câncer

Outra interna idosa, Adeladia Maria da Abadia, de 75 anos, só conseguiu um lugar para deitar na emergência do HRAN após os familiares levarem o colchão de casa para a unidade. A acompanhante e nora, Jhiuly Karen de Jesus, afirma que, após insistência, a sogra conseguiu um leito. Porém segue sem previsão para um exame de biópsia.

Mulher de 75 anos aguarda atendimento no próprio colchão por falta de leito no Hran

Ela deu entrada no hospital na quinta-feira (9) se queixando de dores nas costas e falta de ar. Apenas quatro dias depois, a paciente conseguiu fazer uma tomografia, que confirmou câncer maligno na cabeça, pulmão e abdómen, segundo os familiares.

No momento, ela aguarda uma biópsia, para indicar de onde o câncer se originou para começar o tratamento. “Não temos nem informação de quando ou como vamos fazer esse exame”, conta a acompanhante.

Jhiuly conta que chegou a pesquisar quanto custa o exame na rede privada, e o valor é de R$ 175 para cada órgão examinado. A família abriu um pedido de transferência para o Hospital de Base por meio da Defensoria Pública do DF e aguarda julgamento.

Na última semana, a Secretaria de Saúde informou que “o Hran conta com um oncologista. Casos de câncer, após diagnóstico, são encaminhados para tratamento nos Hospitais de Base e Regional de Taguatinga”.

Fonte: G1

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