A busca pelo bem-estar é uma das grandes motivações do ser humano. O sentimento, impulsionado pelas preocupações com a saúde mental, foi ainda mais intensificado na pandemia da Covid-19, que trouxe sofrimento à vida de bilhões de indivíduos. A comunidade científica, buscando entender melhor o que traz felicidade, tenta abordar o tema por vários ângulos.
A pesquisadora Meena Andiappan, da Universidade de Toronto, no Canadá, estuda a relação entre comportamento ético, mais conhecido como gentileza, e bem-estar, e as maneiras como as pessoas podem se sentir cada vez mais felizes.
“Dado o recente movimento popular em direção aos ideais de autocuidado e foco no interior, queríamos investigar a melhor maneira de aumentar a felicidade e a saúde mental. Com isso, buscamos maneiras de diminuir os sentimentos cada vez mais comuns de ansiedade e depressão que surgiram durante a pandemia”, explica Meena, em artigo publicado no portal de divulgação científica The Conversation.
No estudo, a cientista comparou pessoas que optaram por tratar a saúde mental com atitudes de autocuidado (gastar dinheiro e tempo consigo mesmas), e os indivíduos que praticaram atos de gentileza frequentemente. A autora cita diversas práticas, desde abrir a porta para alguém até doar bens para caridade. Em ambos os casos, eram praticadas ações simples e de baixo custo.
Para aqueles que se dedicaram a praticar atos de bondade fora da sua rotina normal, foi visto um maior impulso no bem-estar e na saúde mental. Se observou, ainda, uma queda significativa nos níveis de depressão e ansiedade nesses indivíduos.
A conclusão do estudo foi que passar mais tempo com outras pessoas e construir relações firmes faz parecer que os problemas são menores e menos urgentes. Além disso, a pesquisadora aponta que viver uma vida mais “significativa” e voltada para os outros faz com que o indivíduo se sinta melhor.
Atos para ser mais feliz
Meena alerta que os atos de gentileza não devem desaparecer com a rotina — a ideia é que o indivíduo sempre busque atitudes novas e as realize com constância. Caso se torne algo rotineiro, dificilmente as ações gerarão impacto no bem-estar pessoal.
Fonte: Metrópoles