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Saúde mental no trabalho: justiça obriga Globo a reintegrar jornalista demitida após burnout

Izabella Camargo está oficialmente reintegrada ao quadro de funcionários do Grupo Globo. A decisão atende determinação da Justiça e a partir de agora a jornalista faz parte da equipe de repórteres do portal G1. 

“Recomeçando no dia da chegada da primavera!”, escreveu brevemente no Instagram.

A sentença de reintegração partiu de José Aguiar Linhares Neto, juiz da 24ª Vara do Trabalho. O magistrado baseou o parecer na Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera a síndrome de burnout uma doença relacionada ao trabalho.

“[a demissão aconteceu] no período de estabilidade. Ela não poderá trabalhar no período da madrugada, para evitar o agravamento do problema”, salientou.

Antes da oficialização do retorno, Izabella chegou a procurar a TV Globo para negociar a recontratação. Ela diz que foi recebida na calçada por representantes da emissora.

A síndrome

A síndrome de burnout é causada por jornadas de trabalho estafantes e gera desgastes emocionais e físicos. Entre os efeitos, está a redução da naturalidade e velocidade da realização de tarefas. Como mostrou o Hypeness, o nome burnout faz analogia com a combustão, que inglês quer dizer também dirigir até o combustível acabar.

O tratamento é baseado em terapia, exercícios físicos e investimento em atividades fora do ambiente de trabalho. A síndrome fará parte da próxima edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), que passa a valer em 2022. A lista da Organização Mundial da Saúde (OMS) não classificou a síndrome de burnout como doença, mas como um “fenômeno” ligado ao trabalho e que afeta a saúde.

Segundo assessoria, Anitta se afastou por causa de estafa

Izabella Camargo trabalhou no turno da madrugada por mais de cinco anos. A jornalista batia cartão na TV Globo às 3h da madrugada. Ela revela ter tido depressão, problemas circulatórios e gastrointestinais. Segundo ela, os sintomas surgiram em agosto de 2017.

Os médicos aconselharam o afastamento do turno da madrugada. Sem sucesso. Izabella, que acusou a TV Globo de mandá-la embora por causa da síndrome de burnout, teve a carga de trabalho aumentada.

“Estou sendo punida por ter ficado doente, com uma doença funcional. Os laudos provam isso. Foi um susto. Esperava qualquer coisa, menos ser demitida”, declarou ao Notícias da TV na época da demissão.

O nome da cantora Anitta chegou a ser associado com o burnout. A assessoria de imprensa da cantora, no entanto, declarou que se tratava de uma estafa provocada pela agenda intensa.

Saúde mental no trabalho

As histórias de Izabella Camargo, Anitta e tantos outros anônimos que enfrentam jornadas de trabalho ainda mais desgastantes ressaltam a urgência de garantir a saúde mental no trabalho.

Em tempos de precarização da relação profissional, a Organização Mundial da Saúde é enfática em dizer que empresas devem promover a saúde mental de seus funcionários.

“As empresas podem adotar intervenções como parte de uma estratégia integrada de saúde e bem-estar que inclua prevenção, identificação precoce, apoio e reabilitação”, diz trecho do texto.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) credita o aumento de casos preocupantes ao autoritarismo de chefes, a falta de comunicação entre as pessoas e o aumento do ritmo de trabalho. Existe ainda o assédio moral e outras humilhações sofridas de forma repetida. A OIT assinala que os funcionários precisam ser orientados reconhecer tais sinais e também o surgimento da depressão. 

Fonte: Hapyness

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