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Mídias sociais e saúde mental


 
 

Dizem que as mídias sociais viciam mais os adolescentes do que o cigarro e o álcool. Para avaliar o impacto das redes na saúde mental, foi realizado o inquérito epidemiológico #StatusOfMind, publicado na United Kingdom's Royal Society of Public Health. A pesquisa entrevistou 1.479 adolescentes e jovens de 14 a 24 anos, no Reino Unido, no período de fevereiro a maio de 2020, para avaliar o impacto de 14 itens relacionados com a saúde mental e o bem-estar.


Foram eles: 1) formas de entender as experiências de outros sobre a saúde; 2) acesso a informações de saúde confiáveis; 3) apoio emocional e empatia de familiares e amigos; 4) ansiedade; 5) depressão; 6) sensação de solidão e infelicidade; 7) qualidade do sono; 8) capacidade de exprimir sentimentos, pensamentos ou ideias; 9) autoidentidade – habilidade para definir quem você é; 10) percepção da aparência física; 11) relacionamento com a família e os amigos; 12) relacionamento com a comunidade; 13) bullying – ameaças e comportamentos abusivos; 14) necessidade de permanecer conectado pelo medo de perder experiências importantes.

Com base nessas questões, os participantes atribuíram notas às plataformas mais populares: YouTube, Twitter, Facebook, Snapchat e Instagram. As plataformas foram bem avaliadas nas questões referentes à autoidentidade, à autoexpressão, ao fortalecimento de laços comunitários e ao amparo emocional.


Por outro lado, os malefícios estiveram associados à qualidade do sono, ao bullying, à imagem corpórea, à necessidade de se manter conectado por medo de perder experiências vividas pelos amigos, à depressão e à ansiedade.


Os adolescentes entrevistados classificaram, em ordem decrescente de efeitos positivos, as plataformas:


1) YouTube (a mais positiva);

2) Twitter;

3) Facebook;

4) Snapchat;

5) Instagram (a mais negativa).


YouTube foi a única plataforma em que os benefícios para a saúde e o bem-estar foram considerados superiores aos malefícios. Obteve índices de aprovação mais elevados na percepção das experiências que afetam a saúde alheia, no acesso a informações de fontes confiáveis na área da saúde, na redução dos riscos de depressão e de ansiedade e na sensação de solidão.


É interessante que Snapchat e Instagram, duas plataformas centradas na imagem, tenham sido consideradas as mais nocivas. A autoimagem é um aspecto ligado a sentimentos de inadequação, depressão e de ansiedade, muito prevalentes nessa fase da vida. O Instagram foi bem avaliado nos quesitos de autoexpressão e de autoidentidade, mas esteve associado a níveis mais elevados de ansiedade, depressão, bullying e do medo de perder oportunidades.


A Royal Society recomenda que as plataformas publiquem avisos pop-up advertindo o usuário sobre o número de horas acessadas, que chamem a atenção quando as fotos sofreram manipulação digital para exibir corpos com aparência de perfeitos, para que desenvolvam algoritmos que ofereçam ajuda no anonimato para adolescentes em sofrimento mental.


Fonte: GauchaZH

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