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Médico concursado deixa profissão para 'fritar frango' e diz que sonho de empreender falou mais alto


 
 

Filho de comerciantes, Eduardo Leonel Ferreira, de 28 anos, até tentou se destoar da família e escolheu a medicina como profissão. No entanto, após muito estudo e plantões exaustivos, tanto no hospital militar como em unidades básicas de saúde, de Campo Grande, o chamado do empreendedorismo "falou mais alto". Ele então inaugurou um negócio em meio à pandemia e diz estar feliz e realizado profissionalmente.


Aos 18 anos, Eduardo conta que passou em medicina na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e se mudou de Campo Grande para Cuiabá. "Eu estudava no cursinho de 8 a 10 horas durante a semana e 5 a 6 aos finais de semana. Antes, já tinha passada na particular, só que meus pais não tinham condições na época e então eu tentei a pública. Fiquei seis anos lá e depois voltei para a capital sul-mato-grossense", relembrou ao G1. Por conta da idade, Eduardo disse que também se inscreveu no Exército e foi nomeado para atuar como clínico geral no hospital militar. "Fiquei 3 anos intercalando entre lá e os postos de saúde. Teve meses que foram 110 horas de trabalho e outro 80. É uma profissão muito linda, mas, também é extremamente cansativa. E quando estava em Cuiabá, ainda estudando, tive uma namorada e juntos abrimos o próprio negócio. Foi a primeira experiência com o empreendedorismo", ressaltou.

Na época, Eduardo disse que ajudou a ex-namorada fazendo brigadeiros, palha italiana, trufas e outros tipos de doces, tanto para entrega delivery como para vender em escolas. "Na época, eu ganhava muito mais dinheiro como médico. No entanto, a rotina foi cansando mesmo, eu não dormia direito e foi quando coloquei a cabeça no lugar. Houve a separação, um momento de farra, até que encontrei a minha esposa e fiquei estudando um negócio para investir", explicou. Em maio de 2020 e mesmo em meio à pandemia, Eduardo abriu o próprio negócio, no bairro Amambai. "Eu deixei a medicina faz cinco meses. Tive de aprender tudo. Entrei no operacional. Aprendia a fritar frango, ia para o restaurante e fazia tudo. Depois, fui para o caixa e peguei a parte mais técnica do negócio, passei por todas as etapas. Foi o chamado mesmo e agora já estou pensando na próxima unidade. Enquanto conseguir manter a qualidade, vou expandindo o negócio", comentou. Em pouco tempo, Eduardo conta que passou a ser um dos que mais fatura na franquia que investiu e ele saiu de 2 para 5 funcionários, além de aumentar a média de venda de hambúrgueres de 1,5 mil para 6 mil unidades mensais. "Quando bate e o negócio dá certo a gente só pensa em decolar mesmo. Eu fechei esse negócio antes da pandemia, mas, não tive medo quando tudo aconteceu. O voo para ir até outro estado fazer o treinamento foi cancelado. Chamei meu pai e fui de carro mesmo, rodando 2 mil km até outro estado. Senti que era o meu chamado mesmo", avaliou.

Sobre o preconceito, principalmente de pessoas mais próximas, Eduardo disse que jamais se importou. "A opinião dos outros nunca teve tanta importância para mim. Teve parentes que falaram que era loucura deixar a medicina, que eu não podia fazer isso, que ia me arrepender. Me chamaram de doido, que o negócio não tem estabilidade. Só que não temos estabilidade em nada na vida e estou aqui, sem arrependimento algum. Feliz e realizado para falar a verdade", finalizou.


Fonte: G1

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