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Descubra quantas cervejas você pode tomar vendo os jogos do Brasil sem passar dos limites



Seleção brasileira em campo na Copa é motivo para sair do trabalho mais cedo, reunir os amigos e a família e, para quem gosta, tomar umas cervejinhas. Mas não é motivo para passar dos limites. Ingerir bebidas alcoólicas em grandes quantidades em um curto período é bola fora: causa intoxicação no organismo e aumenta o risco de prejuízos não só para a saúde.


Como saber quantas latinhas de cerveja tomar durante os jogos? A resposta gera divergências até entre especialistas, pois pode variar de acordo com a localidade e as características individuais de cada pessoa.

Abaixo, veja duas recomendações e confira, primeiro, a mais "conservadora". 1ª recomendação: limite mais conservador No Brasil, não existem definições oficiais para o que é considerado consumo moderado de bebidas alcoólicas. O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), que é uma organização não governamental e uma das principais referências sobre o tema no País, diz que, para moderar no álcool, a ingestão diária deve ser, no máximo, de:

  • 2 latas de cerveja ou 2 taças de vinho para homens ♂️;

  • 1 lata de cerveja ou 1 taça de vinho para mulheres ♀️ e idosos.

Para os especialistas do CISA, 1 dose de bebida equivale a 14g de álcool puro, o que corresponde a um copo de cerveja ou chopp de 350 ml, com 5% de teor alcoólico; ou uma taça de vinho de 150 ml, com 12%; ou um copo com 45 ml de destilado, com 40% de álcool.

Nesse cenário, homens poderiam tomar duas doses padrão por dia e as mulheres, uma dose diária - com ou sem jogo do Brasil. No entanto, especialistas alertam que a regra não vale para todos, porque cada organismo recebe o álcool de uma maneira diferente.

“Tem gente que metaboliza até quatro vezes mais rápido”, explica médico endocrinologista Wellington Santana Júnior, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

“Há uma enzima do fígado, que chamamos de álcool desidrogenase, que tem a capacidade de fazer a metabolização desse álcool. Pessoas que expressam menos essa enzima tendem a sofrer mais com os efeitos do álcool”, afirma Santana. 2ª recomendação: limite um pouco maior Para o médico, homens devem se limitar a consumir até 30g de álcool puro por dia e mulheres, 20g. Pensando no consumo de bebidas alcoólicas durante um jogo do Brasil, isso daria:

  • homens: 3 latas de cerveja ou 2 taças de vinho;

  • mulheres e idosos: 2 latas de cerveja ou 1 taça de vinho por dia.

Idade, sexo, tamanho corporal e até fatores genéticos são determinantes para saber como o álcool se transforma dentro do organismo. E o corpo dá sinais de que você pode estar bebendo além da conta.

“Se você é de uma família em que as pessoas em geral têm uma baixa tolerância ao álcool, aquelas pessoas que bebem um pouquinho e já ficam fora do seu nível de consciência, ou se você já passou por essa situação, você pode ter uma baixa tolerabilidade para o consumo alcoólico”, afirma o médico endocrinologista. Apesar das divergências, em um ponto a regra é clara entre especialistas e entidades médicas: beber mais de 4 ou 5 doses padrão pelo menos uma vez ao mês já é considerado um consumo abusivo. Também chamado de "beber pesado episódico" (BPE) ou binge drinking, em inglês, esse é o hábito mais agressivo para a saúde a curto e longo prazo e que pode colocar a pessoa em situações de risco como acidentes de trânsito, episódios de violência, fazer sexo sem proteção e intoxicação corporal.

“Quando você ultrapassa essa cota, você ultrapassa a sua capacidade de fazer uma metabolização tranquila e adequada desse álcool. E isso pode causar problemas. Especialmente o aumento de uma substância tóxica, derivada do álcool, que é o acetaldeído", diz Wellington Santana Júnior.

O consumo abusivo de bebidas alcoólicas no Brasil aumentou de 15,7% em 2006 para 20,9% em 2020, segundo pesquisa Vigitel do Ministério da Saúde. Os entrevistados confirmaram que consumiram cinco doses ou mais em uma mesma ocasião, pelo menos uma vez nos últimos 30 dias anteriores à data da pesquisa. Mau uso do álcool e dependência Especialistas alertam que não vale 'acumular' as doses de bebidas alcoólicas e consumi-las de uma única vez. Ou seja, 'se guardar' para beber mais durante os dias de jogos na Copa dá cartão vermelho. "Você tem essa cota diária, mas não significa que essa cota pode ser convertida em um único dia da semana. Isso é mau uso do álcool", alerta o endocrinologista. Para Santana, estudos indicam que o consumo de álcool em pequenas quantidades até pode trazer benefícios para a saúde. "Existem dados de pessoas, principalmente no sul da Europa, que tem um hábito de tomar um cálice de vinho todos os dias nas refeições e isso já foi associado à diminuição da mortalidade cardiovascular, por exemplo", afirma. "O grande problema é que as pessoas ou consomem em grandes quantidades ou nem são bebedoras regulares, mas quando sentam para beber, bebem para valer", ressalta Santana. Especialistas alertam que o consumo de álcool a longo prazo pode causar prejuízos em todos os órgãos, em especial o fígado, e é fator de risco para o surgimento de diversas doenças, como gastrite, hepatite alcoólica, cirrose, câncer e alcoolismo. Alcoolismo O alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool. De acordo com o Hospital Albert Einstein, o diagnóstico não tem relação com o tipo e quantidade ingerida, mas sim à capacidade em controlar o consumo de bebida alcoólica.

Os principais sintomas do alcoolismo são: desejo incontrolável de beber, não conseguir parar de beber depois de ter começado, priorizar o consumo de álcool ao invés de fazer outras atividades e obrigações e ter manifestações de abstinência quando não está bebendo, como tremores, suor excessivo e irritação, entre outros. Nesse caso, é importante buscar ajuda médica. O Ministério da Saúde também lista quatro perguntas para avaliar possíveis sinais de alcoolismo. Uma única resposta “sim” nos questionamentos sugere um possível problema com o consumo de álcool. Como se controlar na hora do jogo A ingestão de álcool afeta não só a coordenação motora, mas também a consciência. Por isso, é importante estabelecer limites antes de beber o primeiro copo.

A psiquiatra Olivia Pozzolo, especialista em abuso de álcool e drogas e pesquisadora do CISA, dá algumas dicas:

  • determine um horário para começar e parar de beber: isso ajuda a 'programar' o tempo de exposição ao álcool;

  • anote a quantidade de álcool consumida: uma revisão mental de quantas cervejas ou copos você tomou ajuda a ter mais consciência no momento de maior exposição ao álcool;

  • peça ajuda: você pode escolher um amigo que costuma beber menos nesse tipo de ocasião e acompanhá-lo. "Se essa pessoa está bebendo uma dose, vou beber no mesmo tempo e na mesma velocidade dele", explica a médica.

O endocrinologista Wellington Santana Júnior também alerta para a diminuição da produção de glicose no fígado e o aumento na produção de urina provocado pelo consumo de bebidas alcoólicas.

"Por isso, é melhor não beber de estômago vazio e consumir um carboidrato junto. Isso diminui as chances de intoxicação. Intercalar a bebida alcoólica com água também ajuda a te manter hidratado", diz o médico.


Fonte: G1

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