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Câncer de mama: fertilidade, contracepção e climatério

Casos de câncer de mama em mulheres na pré-menopausa são cada vez mais frequentes nos consultórios médicos, e desafiam especialistas em vários aspectos, por exemplo, como lidar com a fertilidade, a contracepção e o climatério.

O Dr. Joaquim Teodoro, mastologista da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), discutiu este tema durante sua apresentação no Simpósio Internacional Americas Oncologia 2019 realizado em agosto no Rio de Janeiro.

O Dr. Joaquim lembrou que, antigamente, “as pacientes que engravidavam após o câncer de mama eram estigmatizadas; atualmente, no entanto, já se sabe que a gestação após a doença é segura, sendo, na verdade, um mecanismo protetor, pois estudos mostram que está associada à redução da mortalidade”. 

A partir dos 31 anos de idade já se observa queda na fertilidade da mulher. Os médicos podem questionar se existem métodos seguros e eficazes para preservar a reserva ovariana durante a quimioterapia. Segundo o mastologista, a literatura mostra que o uso de supressão ovariana temporária com hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) durante a quimioterapia preserva a fertilidade e aumenta a taxa de gravidez. 

“A estratégia parece segura e não está associada a diminuição das sobrevidas livre de doença ou global”, disse.

Em relação à contracepção, o Dr. Joaquim explicou que os métodos hormonais são contraindicados, mas os contraceptivos não hormonais podem ser usados, entre eles, o dispositivo intrauterino (DIU) de cobre, preservativos e diafragma.  “Quanto ao DIU hormonal de levonorgestrel, não há evidências de segurança para essa população”, afirmou.

Quando se trata de climatério, há dados mostrando que a terapia hormonal aumenta significativamente o risco de recorrência de tumores. “Os estudos não identificaram aumento do risco de mortalidade associado a terapia hormonal. No entanto, é preciso ter em mente que a associação pode não ter sido evidente por se tratar de uma amostra que foi acompanhada de forma mais cuidadosa, tendendo a evoluir melhor do que no cenário real”, disse o médico.

Embora a terapia hormonal não se mostre segura, é possível recorrer a outras estratégias para melhorar a qualidade de vida das pacientes, mas o especialista destacou que os inibidores seletivos de recaptação de serotonina devem ser evitados em pacientes que usam tamoxifeno. “Atualmente, o laser vaginal é uma boa opção para a síndrome geniturinária, assim como a mudança de estilo de vida, que melhora os sintomas e aumenta a sobrevida”, destacou.

O mastologista afirmou que estudos apontam que a melhora da nutrição, a prática regular de atividades físicas (150 min/semana), a cessação do tabagismo e do álcool, o controle do estresse, a melhora da qualidade do sono e o cultivo de relacionamentos saudáveis ajudam a minimizar os sinais e sintomas da menopausa e melhoram o prognóstico das pacientes. 

Fonte: Medscape

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