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Teste obrigatório para Covid-19 de planos de saúde poderiam ter evitado mortes, diz esposa de vítima



A realidade de algumas famílias paraenses poderia ser diferente se planos de saúde fossem obrigados a realizar testes para Covid-19 desde o início da pandemia.


Uma resolução da Agência Nacional de Saúde (ANS) foi publicada no último dia 29 de junho a partir de uma determinação judicial, dispondo sobre rol de procedimentos e eventos no âmbito da saúde suplementar, e tornou obrigatórias a cobertura e utilização de testes sorológicos para infecção pelo coronavírus, por parte dos planos de saúde.

A pedagoga Socorro Santos ia completar 30 anos de casada com Douglas Santos, mas ele faleceu aos 76 anos no dia 13 de maio, após complicações da Covid-19. Ela conta que isso poderia ter sido diferente se, de forma imediata, fossem feitos o atendimento médico e testes para detectar a doença. "Não foi possível, e ele conseguiu atendimento sete dias depois que ele já estava bem mal, pois não tinham oferecido esse teste, só tomografia", contou.

Socorro disse ainda que pagava o plano há trinta anos e acredita que "se realmente for cumprido o que a Justiça determina com certeza muitas mortes podem ser evitadas".

Para o superintendente da Associação Brasileira de Planos de Saúde, Marcos Novais, o assunto ainda está sob julgamento. "A inclusão dos testes sorológicos na cobertura foi uma determinação da ANS, tomada diante de um processo judicial, que não leva em consideração aspectos técnicos, e que ainda está sob judice, portanto mudanças ainda poderão ocorrer", explicou. Os procedimentos obrigatórios agora incluem as pesquisas de anticorpos IgA, IgM e IgG nas segmentações ambulatorial, hospitalar e de referência, mas para conseguir realizar os pacientes precisam seguir alguns critérios clínicos. São eles:

  • apresentar ou ter apresentado sintomas de gripe, como tosse, febre, dor de garganta, coriza e dificuldade respiratória;

  • apresentar sintomas de síndrome respiratória aguda grave, como dificuldade para respirar, pressão persistente no tórax, saturação do oxigênio, coloração azulada nos lábios e rosto.

O encaminhamento para realização do teste é feito por médico. O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos e Serviços de Saúde do pará, Breno Monteiro, diz que a rede privada de saúde está preparada para os novos procedimentos. "O médico fará essa solicitação dentro todos os outros exames, e o plano de saúde é obrigado a autorizar", disse.

De acordo com a a Associação Brasileira de Planos de Saúde, existem 783.194 beneficiários de planos médicos hospitalares no Pará, sendo que 401.805 (51,3%) estão concentrados em Belém.


Fonte: G1

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