Síndrome nefrótica: o que é a condição que afeta a filha de Junior Lima e Monica Benini
- Portal Saúde Agora
- 23 de jul.
- 3 min de leitura

Junior Lima e a esposa, Monica Benini, revelaram nesta terça-feira (22) que a filha do casal, Lara, de 3 anos, foi diagnosticada com síndrome nefrótica — uma condição rara que compromete os rins e pode causar inchaço no corpo, alterações na urina e queda da imunidade. Segundo os pais, a criança já está em tratamento e apresenta boa resposta aos medicamentos.
No vídeo divulgado nas redes sociais, o casal contou que inicialmente suspeitou de uma alergia, devido ao inchaço nos olhos da menina. Após uma investigação mais detalhada com diferentes especialistas, veio o diagnóstico. “Passamos por um momento muito tenso, mas agora estamos mais aliviados e confiantes”, disse o cantor. Monica também aproveitou para fazer um alerta a outros pais: “A síndrome nefrótica é mais comum do que parece e, muitas vezes, é confundida com alergias comuns”.
O que é a síndrome nefrótica?
A síndrome nefrótica é um conjunto de sinais e sintomas causados por lesão nos glomérulos — estruturas dos rins responsáveis pela filtragem do sangue. Com essa lesão, os rins passam a perder grandes quantidades de proteína pela urina (proteinúria), o que leva a níveis baixos de albumina no sangue e pode provocar inchaço (edema), aumento de colesterol e maior risco de infecções.
Se não tratada adequadamente, a síndrome nefrótica pode evoluir para insuficiência renal, explica o médico nefrologista Henrique Carrascossi.
Ela pode se manifestar em qualquer idade, mas é mais comum entre 18 meses e 4 anos de idade, especialmente em meninos.
Quais são os sintomas
Entre os primeiros sinais estão:
Inchaço ao redor dos olhos (especialmente pela manhã)
Inchaço nos tornozelos ao longo do dia
Edema generalizado (nos pés, barriga e rosto)
Urina espumosa
Fadiga, perda de apetite e dor abdominal
Redução no volume de urina
Aumento da suscetibilidade a infecções
Ganho de peso sem explicação
Nos casos mais graves, pode haver acúmulo de líquido na cavidade abdominal (ascite) e no tórax (derrame pleural), além de risco de trombose.
A síndrome nefrótica não é classificada como uma doença rara, embora não seja amplamente conhecida. Na infância, sua incidência estimada é de dois a sete casos para cada 100 mil crianças por ano. "É uma condição tratável, mas que exige atenção médica contínua para evitar complicações", afirma Carrascossi.
O que causa a síndrome nefrótica?
A doença pode ter causas primárias (quando afeta diretamente os rins) ou secundárias, relacionadas a outras condições, como:
Diabetes
Lúpus
Hepatites virais
Uso de medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides
Infecções respiratórias ou reações alérgicas podem desencadear episódios em crianças
Em crianças, a causa mais comum é uma condição chamada “doença de lesão mínima”, que geralmente responde bem ao tratamento com corticoides.
Carrascossi explica que, em crianças, a forma mais comum é idiopática (sem causa conhecida clara). E até o momento, não há relação direta comprovada com estilo de vida ou alimentação em crianças.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito por meio de exames de urina (que detectam altos níveis de proteína) e de sangue (que mostram baixos níveis de albumina e altos níveis de colesterol). Em alguns casos, pode ser necessário fazer uma biópsia dos rins para entender a origem da síndrome.
A síndrome pode ser confundida inicialmente com outras doenças que também causam edema, como hepatopatias ou alergias. Por isso, a avaliação clínica detalhada é essencial.
Existe tratamento?
Sim. O tratamento da síndrome nefrótica depende da causa e da resposta do paciente. Em crianças, a abordagem inicial costuma ser feita com corticoides. Quando não há resposta, outros imunossupressores, como ciclosporina ou rituximabe, podem ser indicados.
Além disso, podem ser usados:
Diuréticos, para controle do inchaço
Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), para proteger os rins
Dieta com pouco sal
Suplementos de cálcio e vitamina D, nos casos com uso prolongado de corticoides.
Dependendo da duração e dose dos medicamentos, pode haver efeitos colaterais que impactam temporariamente o crescimento ou o comportamento da criança, exigindo acompanhamento multidisciplinar, explica Carrascossi.
Durante o tratamento, o sistema imunológico fica enfraquecido, por isso é necessário redobrar os cuidados para evitar infecções — como destacou Monica Benini ao explicar o uso de máscaras pela família.
"O comprometimento da família com o tratamento, o uso correto das medicações, o controle do peso, da pressão arterial e a atenção à dieta são essenciais para evitar complicações e hospitalizações", afirma Carrascossi.
Qual é o prognóstico?
A síndrome nefrótica não tem uma cura definitiva em todos os casos, mas muitas crianças entram em remissão completa, especialmente nos quadros idiopáticos, e podem levar uma vida normal, embora recaídas sejam possíveis.
Já em casos que tiveram origem em outras doenças, como glomeruloesclerose focal, podem ter evolução mais grave e exigir acompanhamento constante.
"O acompanhamento a longo prazo é essencial, pois a doença pode recorrer. A frequência e a gravidade das crises variam conforme o tipo e a resposta ao tratamento, e algumas crianças necessitam de monitoramento durante toda a vida", acrescenta o médico.
Fonte: G1
Kommentit