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Saiba como evitar danos à saúde se visitar locais que tiveram contato com o óleo

Os acidentes ambientais envolvendo derramamentos e/ou vazamento de petróleo e derivados em ecossistemas costeiros apresentam problemas difíceis de serem resolvidos em curto prazo. O petróleo, seus derivados e os resíduos gerados possuem uma mistura complexa de hidrocarbonetos, e são considerados substâncias perigosas. Essa mistura é de difícil degradação e pode gerar riscos à saúde humana, à fauna, à flora e até à segurança pública.

A extensão e gravidade do vazamento dependem das propriedades do petróleo derramado, da área afetada, do que foi observado após a contaminação, além também da eficiência na hora de reagir. Após um incidente, aliás, a mistura complexa do petróleo, ao entrar em contato com a água do mar, pode ser imediatamente alterada por processos químicos e físicos variados, interações denominadas de “intemperismos do óleo”.

Cuidados

— Foto: Leandro de Santana/Agência Pixel Press via Estadão Conteúdo

É importante inicialmente diferenciar os efeitos à saúde de curto prazo (agudos) e de longo prazo (crônicos).

Os principais efeitos de curto prazo aparecem principalmente em pessoas que estão auxiliando na limpeza de áreas atingidas ou que, por outra razão, entraram em contato com esses ambientes. Isso pode acontecer em função da inalação de gases vaporizados das manchas, ingestão de pessoas que mergulham nas áreas afetadas ou contato direto com a pele daquelas pessoas que não estão utilizando os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Após aos diversos tipos de exposições, os principais sintomas relacionados à inalação de gases são:

– Dores de cabeça; – Vertigem; – Mal-estar; – Náuseas; – Dificuldade de respiração ; – E, em alguns casos, até confusão mental.

— Foto: Felipe Brasil

No caso de ingestão, os principais sintomas são:

– Dores abdominais; – Diarreia; – Vômitos.

Considerando o tipo de exposição em que há o contato com a pele, os principais sintomas são:

– Queimação; – Erupções ao longo da pele; – Irritações com formação de bolhas vermelhas.

A exposição crônica pode ser mais preocupante, pois o contato de longo prazo com os compostos tóxicos do petróleo pode provocar doenças relacionadas ao sistema respiratório, comprometimento do fígado e dos rins. Uma alimentação repetitiva de pescados que estejam contaminados com petróleo é capaz de provocar doenças relacionadas ao sistema nervoso, ao sistema reprodutor, supressão do sistema imune e até câncer.

As principais recomendações para as pessoas que estão auxiliando na limpeza do petróleo são:

— Foto: Lucas Landau/Reuters

– Utilizar máscaras de gases; – Utilizar luvas látex; – Utilizar botas látex; – Utilizar roupas que cubram o corpo inteiro; – Seguir as recomendações de acondicionamento adequado do material coletado, não podendo armazenar esses resíduos junto com resíduos domésticos e nem em casa.

As principais recomendações para quem reside em áreas costeiras afetadas pelo óleo e depende dos recursos de maneira direta são:

– Solicitar que órgãos ambientais apresentem o Projeto de Monitoramento das águas, sedimentos e pescados para sua região; – Sempre aguardar laudo técnico dos órgãos ambientais e vigilância sanitária que comprovem que é possível utilizar as praias e se alimentar de pescados que entraram em contato com o óleo; – Não usar praias que foram recentemente atingidas por óleo, até que um laudo ambiental seja apresentado e prove o contrário; – Não se alimentar de pescados que são comuns nas áreas que foram atingidas por óleo, até que laudo ambiental seja apresentado e prove o contrário;

A precaução é sempre adotada em acidentes desta magnitude, já que existe grande dificuldade em quantificar o óleo derramado, qualificar seus compostos e entender os riscos concretos e toxicidade à saúde humana.

*Com a colaboração do professor Ícaro Thiago Andrade Moreira, pesquisador do Departamento de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Fonte: Fantástico / G1

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