top of page

Problemas com o álcool são ignorados nas consultas


 
 

Nos EUA, estima-se que 16 milhões tenham problemas com o uso o excessivo de álcool e cerca de 93 mil morrem anualmente de causas decorrentes da doença – esses números não levam em conta o aumento do consumo de bebidas durante a pandemia. No entanto, num estudo envolvendo dados de mais de 214 mil pessoas, pesquisadores da faculdade de medicina da Universidade de Saint Louis (no Missouri) descobriram que, embora os bebedores contumazes se consultassem com médicos regularmente, menos de um em cada dez recebia qualquer tratamento para o alcoolismo. O trabalho foi publicado este mês na revista “Alcoholism: clinical & experimental research”.

Com base nas informações do período entre 2015 e 2019 que constam da pesquisa nacional norte-americana sobre saúde e consumo de drogas, 8% dos indivíduos foram classificados como alcoólatras. Do grupo, 81% haviam recebido algum tipo de atendimento médico, em consultório, clínica ou hospital, nos últimos 12 meses. No entanto, apenas 12% foram advertidos sobre a necessidade de diminuir a ingestão de álcool – do contingente, 5% receberam informações sobre os tratamentos disponíveis e 6% se submeteram a um, apesar de boa parte ter buscado ajuda por conta própria.

“Esses indivíduos não estão à margem dos serviços de saúde, têm acesso a médicos, mas a grande maioria não recebe a ajuda de que precisa”, concluiu Carrie Mintz, professora de psiquiatria e uma das autoras do estudo. Embora 70% das pessoas relatassem que o profissional que os atendera perguntara sobre o volume de bebida que costumavam ingerir, a conversa parava por aí. “Muitos médicos de atenção primária simplesmente não se sentem à vontade para dizer aos pacientes que eles devem cortar a bebida, nem os encaminham para algum serviço porque não se especializaram no tratamento de drogas. O resultado é que, comparado com outras doenças crônicas, o alcoolismo não tem recebido a abordagem apropriada”, completou a também pesquisadora Laura Bierut. O Brasil não dispõe de levantamento semelhante, mas a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, divulgada em novembro do ano passado pelo IBGE, mostrou que 26,4% da população com 18 anos ou mais costumavam consumir bebida alcoólica pelo menos uma vez por semana. Em 2013, o percentual era de 23,9%. A alta foi expressiva entre as mulheres: eram 12,9% e tinham passado para 17% as que bebiam com essa frequência. O instituto apurou ainda que 17,1% tinham utilizado álcool de forma abusiva nos 30 dias anteriores à realização da pesquisa, e 17% haviam dirigido logo depois de beber nos 12 meses antes anteriores.


Fonte: G1

9 visualizações0 comentário
bottom of page