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Por que a leitura é a melhor ferramenta para sua saúde mental

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Basta abrir o Instagram para ser inundado por influenciadores literários com milhares de seguidores e por novos clubes do livro. Há opções para os mais diferentes gostos: de grupos exclusivos para mulheres a leituras com prova de vinhos, de literatura e psicanálise a comunidades focadas em questões de gênero, de trauma; enfim, há de tudo.


Felizmente, os livros parecem estar voltando a atrair a atenção do público brasileiro. Embora a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2024) tenha revelado que 53% não haviam lido absolutamente nada nos três meses que antecederam o levantamento, só podemos comemorar esses movimentos, que já levaram 2 milhões de pessoas no Brasil a entrar para um grupo de leitura. Por que essa redescoberta é tão vital?


A resposta é: ler tem tudo a ver com a nossa saúde mental e é um grande ato de autocuidado. Para começar, ao mergulhar em um livro, corpo e mente buscam naturalmente uma posição mais relaxada e concentrada frente ao livro. A frequência respiratória diminui, o foco na história aumenta, e conseguimos nos afastar dos problemas que atormentam a mente — ao menos por um tempo.


É uma forma de escapar do que nos aflige; mas, diferentemente do álcool ou das drogas, é uma maneira saudável e produtiva de fugir de nossas preocupações.


Mergulhar em uma história é altamente relaxante. Um estudo mostrou que apenas 6 minutos diários já são suficientes para reduzir o estresse em 68% — mais, inclusive, do que ouvir uma boa música.


Cultivar um espaço no dia para a leitura promove atenção plena, algo que diferentes estudos vêm mostrando, para além da diminuição do estresse e da ansiedade, contribuindo para a regulação emocional.


Justamente por ser calmante, a leitura é uma das melhores estratégias a serem incluídas na sua higiene do sono, desde que incorpore-a como uma rotina. Que fique claro: navegar pelas redes sociais não é, de forma alguma, leitura. A navegação online fragmenta a nossa capacidade de concentração, enquanto jogar-se em um livro promove a concentração sustentada.


Além disso, refugiar-se no universo dos personagens de uma história nos ajuda a compreender melhor o sentimento dos outros e a nos identificar com as dores e as alegrias alheias. Em especial, os romances nos transportam para a alma de um personagem, permitindo-nos sentir e enxergar o mundo a partir de uma nova perspectiva. É por isso que a leitura é uma ferramenta importantíssima de construção e de cultivo de nossas habilidades empáticas.


Não por acaso, quem convive com depressão ou com dependência de álcool ou drogas, perdeu um ente querido ou vive como estrangeiro em outro país encontra conforto em uma obra de ficção ou de não-ficção.


Há um outro benefício: ler, de acordo com um conjunto cada vez maior de evidências, não só estimula o cérebro a criar novas conexões neurais, o que se reflete em fortalecimento dos processos cognitivos, como também é capaz de alterar o cérebro, com o aumento na espessura do córtex e da substância cinzenta, o que impacta positivamente a cognição (raciocínio e atenção, por exemplo).


Por fim, e não menos importante: ler ajuda a reduzir as chances de declínio cognitivo na velhice, protegendo o cérebro e mantendo-o mais “azeitado”.


Uma dica crucial: não transforme esse hábito em mais um “atestado de produtividade”. Embora alguns aplicativos usem a lógica de metas para a leitura, ler é o oposto disso. É sobre se deixar levar, se perder na história – e isso não tem tempo predeterminado.


Faço a você um convite à leitura. Se ainda não tomou gosto, arrisque-se. Como bem disse o ator Selton Mello, “o livro não é tarefa, é companhia, é intervalo, é desvio de rota. Se tiver que decorar apenas uma coisa, que seja isso: não existe jeito certo de ler, só o seu”.


Fonte: O Globo

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