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Polícia Civil indicia dois médicos pela morte de jovem estuprada em UTI de Goiânia

A Polícia Civil de Goiás indiciou dois médicos pela morte da estudante Susy Nogueira, de 21 anos, após ela ser estuprada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Goiânia Leste, na capital. Segundo a corporação, o abuso contribuiu para a piora no quadro da paciente e os indiciados foram negligentes em relação ao tratamento dela.

Por meio de nota, a OGTI, empresa responsável pela UTI do Hospital Goiânia Leste, disse que “não há na investigação qualquer evidência de que conduta de seus médicos tenha provocado, direta ou indiretamente, a lamentável morte da Paciente Suzy”.

Também de acordo com o comunicado, a empresa disse que “tem convicção que seu corpo clínico realizou todos os procedimentos possíveis e da maneira adequada no tratamento da paciente e aguarda a manifestação do Ministério Público, que certamente ratificará as conclusões técnicas do IML e solicitará o arquivamento do Inquérito Policial”.

O delegado responsável pelo caso, Washington da Conceição, disse que foram ouvidas mais de 60 pessoas para a conclusão do inquérito.O investigador informou que todos os elementos apontam para a responsabilidade desses médicos, que respondem agora por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, agregado dos elementos de negligência, imprudência e imperícia.

“A nossa conclusão foi de que houve homicídio culposo, que houve negligência na falta de investigação focada na doença que a menina tinha. De tudo que há nos autos, a conclusão foi essa, de indiciar os dois médicos por negligência e imperícia”, disse o delegado.

Os nomes dos indiciados não foram divulgados até a última atualização desta reportagem.

Susy Nogueira Cavalcante, de 21 anos, morreu após ser estuprada em hospital de Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

O delegado também apontou que o técnico em enfermagem denunciado por estuprar a jovem enquanto ela estava internada na UTI é parcialmente responsável pela morte dela também.

“Nós falamos até com médicos fora do caso, mas que a atendiam há algum tempo. Chegamos à conclusão de que toda atitude errada contribuiu para o óbito dessa jovem, mesmo que indiretamente”, completou.

Morte de Susy

A estudante de arquitetura foi internada na unidade de saúde após ter uma convulsão, em 16 de maio. No dia seguinte à internação, ela foi entubada e levada à UTI.

Imagens de câmeras de segurança mostraram que ela foi vítima de abuso enquanto estava hospitalizada, no dia 17. Ela morreu no dia 26 de maio.

O técnico em enfermagem Ildson Custódio Bastos se entregou à Polícia Civil por ser suspeito do crime, está preso, mas sempre negou ter cometido os abusos contra Susy. Ele é réu no processo que trata do estupro.

Segundo delegada, imagens mostram abuso sexual por parte de técnico de enfermagem — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Descoberta do estupro

Pai da vítima, o policial aposentado Vanderly Cavalcante contou que a família só ficou sabendo que a jovem poderia ter sido estuprada pouco antes do enterro dela. Ele diz que sentia que a filha queria falar alguma coisa nos últimos dias que passou na UTI, mas estava entubada.

Em uma audiência relacionada ao inquérito que indiciou o técnico em enfermagem por estupro, o pai também desabafou e cobrou uma solução para o caso.

“O sentimento é difícil de cicatrizar. Houve falhas, não entregaram os vídeos completos para a gente, queremos saber o porquê. Se o hospital tivesse avisado dos abusos antes, não teria chegado a essa situação”, lamentou na ocasião.

Ainda conforme o pai, essa foi a única vez que a filha foi internada no Hospital Goiânia Leste. Ele contou também que a jovem já teve outras crises durante a vida, mas que sempre passava pouco tempo no hospital e logo voltava para casa. Segundo o pai, também foi a primeira vez que Susy precisou ir para a UTI e ser entubada.

Fonte: G1

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