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Pesquisadores criam aplicativo para promover o autocuidado ginecológico

Aplicativos de smartphones podem se tornar aliados importantes na promoção e na manutenção da saúde feminina. Segundo uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) publicada na edição de agosto do periódico International Journal of Gynecology & Obstetrics,atualmente existem mais de 300 aplicativos direcionados para ginecologia e obstetrícia disponíveis para download na App Store e no Google Play, no entanto, nenhum deles é voltado para o autocuidado das mulheres e faltam informações importantes sobre prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e de gestação.

Estes resultados fizeram com que o grupo da UFRN decidisse desenvolver o próprio aplicativo. O projeto sobre novas tecnologias no cuidado em saúde foi iniciado em 2017 durante o mestrado do enfermeiro Kleyton Santos de Medeiros, sob orientação da ginecologista Dra. Ana Katerine Gonçalves, na UFRN. À época, Kleyton trabalhou com pacientes oncológicos que faziam uso de quimioterápicos por via oral no domicílio.

O pesquisador identificou que a falta de adesão ao tratamento era um problema importante na amostra estudada e, por outro lado, a fluência digital dos pacientes, principalmente das mulheres com câncer de mama, era boa.

“Fiquei surpreso com a quantidade de estudos mostrando que a adesão ao tratamento medicamentoso por parte de mulheres com câncer de mama aumenta com o uso da tecnologia, seja por mensagem de texto ou via aplicativos”, explicou Kleyton ao Medscape.

A pesquisa gerou um artigo – ainda não publicado, mas já submetido e aceito pelo periódico BMJ Open – e motivou o desenvolvimento de um aplicativo que visa aumentar a adesão de pacientes oncológicos ao tratamento contra o câncer.

Kleyton está desenvolvendo o aplicativo durante o ensaio clínico feito como parte de seu doutorado, a fim de validar a ferramenta.

Percebendo a predominância do gênero feminino entre os pacientes oncológicos inicialmente estudados, o pesquisador sentiu necessidade de investigar o uso de novas tecnologias também no campo da ginecologia e obstetrícia. A pesquisa realizada em 2018 identificou 314 aplicativos originalmente desenvolvidos em inglês, embora alguns apresentassem versões em outros idiomas, entre eles, português. A maioria dos aplicativos disponíveis para download (44%) direcionados para ginecologia e obstetrícia eram identificados em sua descrição como livro, jornal, revista, manual, diretrizes ou dicionário. Além disso, 15% eram aplicativos de eventos científicos, 14% calculadoras de idade gestacional e 14% eram aplicativos com questões práticas/testes. Havia ainda redes sociais, gerenciamento médico, casos clínicos e vídeos educativos.

A equipe selecionou os 10 aplicativos mais baixados nos últimos dois anos e avaliou a qualidade destas ferramentas por meio da Mobile App Rating Scale (MARS), uma escala com 23 itens. Entre os aspectos avaliados pela MARS, estão fluência e apresentação do conteúdo.

Segundo a Dra. Ana Katherine, a maioria dos aplicativos avaliados era relacionada com pré-natal ou era calculadora obstétrica. “Eram aplicativos que, por exemplo, traziam informações direcionadas a profissionais de saúde, como manuais e revistas científicas. Não eram voltados para o tratamento, mas sim para a orientação”, afirmou.

Fonte: Medscape

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