O uso do paracetamol durante a gravidez deve ser controlado e apenas quando houver indicação médica. É o que propõe uma Declaração de Consenso, assinada por 13 especialistas e apoiado por 91 cientistas, médicos e profissionais da saúde, publicada na Nature Reviews Endocrinology.
O paracetamol é um medicamento indicado para o alívio e redução da febre e de dores leves a moderadas.
Os autores revisaram pesquisas em animais e baseadas em células, e pesquisas epidemiológicas relacionadas ao uso de paracetamol durante a gravidez publicadas entre 1º de janeiro de 1995 e 25 de outubro de 2020.
Essa revisão sugere que o uso do paracetamol pode ter relação com alteração no desenvolvimento fetal, aumentando os riscos de alguns distúrbios neurológicos, urogenitais e reprodutivos em homens e mulheres.
"O paracetamol é amplamente usado durante a gravidez, com estimativas sugerindo que seja usado por até 65% das grávidas nos Estados Unidos e mais de 50% no mundo todo", afirmam os pesquisadores.
"No entanto, uma quantidade crescente de pesquisas sugere que a exposição pré-natal ao paracetamol pode afetar o desenvolvimento fetal, o que pode aumentar o risco de certos distúrbios neurodesenvolvimentais, reprodutivos e urogenitais", alerta o documento.
O grupo recomenda que as mulheres devem ser aconselhadas antes ou início da gravidez com as seguintes orientações:
Usar o paracetamol apenas com indicação médica;
Consultar o médico ou farmacêutico se não tiver certeza se deve usar o paracetamol e antes de usar a longo prazo;
Minimizar o risco usando a menor dose eficaz pelo menor tempo possível.
Os especialistas pedem que agências como a FDA (norte-americana) e EMA (europeia) revisem todos os dados para que uma avaliação de risco de baseada em evidências possa ser disponibilizada para pacientes e profissionais da saúde.
Fonte: G1