Médicos dos Estados Unidos descreveram um caso raro de síndrome da bolsa de urina roxa (PUBS, na sigla em inglês) na edição de fevereiro da revista Oxford Medical Case Reports. Uma mulher de 76 anos, hospitalizada com falta de ar, apresentou urina na coloração arroxeada após quatro dias de internação.
A paciente, com histórico de insuficiência cardíaca, doença renal crônica e câncer de bexiga, havia sido internada para tratar uma lesão aguda no coração encontrada em exames de imagem após queixas de falta de ar.
Enquanto estava internada, os médicos do Departamento de Nefrologia do Centro Médico Pikeville, no estado de Kentucky, optaram por inserir uma sonda na uretra da americana para administrar um medicamento diurético.
Após quatro dias, a equipe notou que a urina retida na bolsa do cateter havia mudado de cor, indicando um caso de síndrome da bolsa de urina roxa (PUBS).
Infecção bacteriana
Testes mostraram que a urina dela estava extremamente alcalina, com pH de 8,5, com grande quantidade de sangue, nitritos, leucócitos esterase e proteínas, um indício de que seus rins não funcionavam corretamente.
A condição é um efeito colateral raro – afeta entre 8,3% e 42,1% dos pacientes conectados a cateteres por um longo período – e indica uma infecção bacteriana do trato urinário. A cor roxa é resultado de uma reação química no fígado do paciente, que produz pigmentos nas tonalidades azul e vermelho (índigo e indirubina).
“A urina que entra no cateter é de cor normal, mas a coloração roxa logo aparece devido ao desenvolvimento de índigo e indirubina pela presença de bactérias urinárias. Esses pigmentos interagem com o material plástico da bolsa do cateter e do tubo e produzem a coloração púrpura”, explicaram os autores do artigo.
Os fatores de risco mais importantes incluem cateterismo de longo prazo, ser do sexo feminino, constipação crônica, idade avançada e estar acamado.
Os médicos afirmam que, embora seja de natureza benigna e ocorram apenas alterações na cor da urina de amarelo para roxo, a PUBS resulta em maior ansiedade nos pacientes e familiares que ficam alarmados com a cor da bolsa de urina.
Fonte: Metrópoles
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