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'Natal da vacina': as expectativas de famílias que vão retomar a confraternização após 2 anos


 
 

A pandemia de Covid-19 deixou vários momentos familiares no "modo espera". Para muitos, o Natal foi virtual, cada um na sua casa. O g1 conversou com famílias que vão voltar a se encontrar nesta sexta-feira (24) para a celebração in loco – com cuidados, claro – e todos foram unânimes sobre um ponto: consideram a vacina um "milagre natalino".


Para elas, foi o imunizante que tornou a ceia possível e segura para idosos, crianças, pessoas com problemas de saúde e gente que, principalmente, está cheia de saudade dos parentes e da casa animada. O ingrediente 'saudade' A corretora de seguros Heloísa Chagas Botelho, de 50 anos, tem 11 irmãos e irmãs, 11 cunhados e cunhadas, vários sobrinhos, tios e tias que se reúnem religiosamente todo Natal na casa de uma tia na Tijuca, na Zona Norte do Rio. Por baixo, são mais de 30 pessoas.

De tradição mineira, cada núcleo familiar leva um prato de comida para a ceia de Natal, mas sempre se juntam na cozinha para preparar mais alguma coisa. O Natal na casa dos Chagas é isso: reencontro, festa, aglomeração, cozinhar junto, amigo-oculto e um tio que vira Papai Noel para as crianças. "Eu tenho 50 anos e, desde que me entendo por gente, foi sempre assim. E é aquela festa que reúne a família toda, é farra a noite toda e todo mundo faz questão de ir. Então, imagina como foi esquisito no ano passado não ver ninguém, não cozinhar com ninguém? Para não passar em branco, fizemos um Natal online com chamada em vídeo pelo celular e compartilhamento de fotos da ceia no grupo do Whatsapp da família", lembra a corretora. A expectativa para o próximo dia 24 está altíssima. “Está todo mundo ansioso, contando as horas para se ver”, contou Heloísa, citando novamente tudo o que costumam fazer juntos, mas acrescentando um novo ingrediente: saudade. "Infelizmente vai faltar a mais animada, a tia Marli, de 77 anos, que teve Covid em janeiro e não resistiu. Como ela não era casada e não tinha filhos, era a mais animada em agitar tudo para a festa de Natal. Era considerada a mãe de todos. Vai fazer falta." Família 8 ou 80 Dois mil trezentos e sete quilômetros separam a pedagoga Danielle Carneiro, de 38 anos, de sua família no Recife. Morando há 13 anos no Rio de Janeiro, o Natal é a época sagrada de viajar, rever os parentes e passar as festas de fim ano com todo mundo que ela não viu o ano todo.

Mas não foi isso que aconteceu em 2020. Com a pandemia e uma filha que já teve problemas pulmonares, ela não quis arriscar e se trancou em casa, levou a quarentena a sério e quase morreu de saudades dos familiares no Nordeste. “Foi muito frustrante porque, em 2019, nós tivemos um Natal muito importante porque celebramos o fim do tratamento do câncer do meu pai. Então, em 2020, a gente queria voltar e festejar, mas não deu. Ficamos em casa eu, meu marido, meus dois filhos e minha cunhada e o marido dela”, lembra Danielle. Mas com o andamento da vacinação e a queda nos casos de Covid em 2021, a pedagoga sentiu que seria possível retomar a tradição das festas de fim de ano nas casas dos avós, farra das crianças com os primos e muita “xêro” na família toda.

“Chegamos aqui no último fim de semana e não nos largamos mais. Já teve almoço com um grupo, barzinho com o outro. Quase um ‘esquenta’ para o Natal. Meu marido diz que família é 8 ou 80, ou se odeia ou não se larga. A gente é do grupo que não se larga”, diz rindo. 'Presentinho' de Natal Na família da secretária Juliana Fidelis, de 40 anos, a noite de Natal era sempre com o marido, na casa dos pais dela, Gervásio e Lidalva. E o almoço do dia 25 com a sogra, Dalva.

Com a pandemia veio, cada um para o seu canto no distanciamento social e, além do afastamento necessário para proteger os mais idosos, Juliana engravidou. Por isso, ela também achou por bem não fazer ceia com a família em dezembro de 2020. “Eu até os via [pais e sogra], mas era na porta de casa, no estacionamento do condomínio. Foi uma gestação muito solitária. A gente só voltou a se aproximar depois da vacinação”, afirmou a secretária. O Natal da família Fidelis vai voltar em grande estilo, com a casa cheia, ceia, presentes e um convidado muito especial: Arthur, de 9 meses. O mais novo membro da família vai conhecer a festa com os avós e dar um novo sabor à celebração para os pais.

“Minha expectativa é de que seja uma noite de muita alegria, pois o Arthur trouxe esperança para a nossa família, em meio a tanta tristeza e tantas perdas. Nossa família não foi atingida pela Covid, mas perdemos pessoas próximas e sabemos que foi um período muito pesado. Quero criar no Arthur boas memórias em família”, disse Juliana. O pré-Natal dos netos da dona Beti A pandemia de Covid também atrapalhou o pré-Natal dos netos da dona Beti, uma tradição criada pela psicopedagoga Janine Hofmeister, de 38 anos, e seus primos. Todo ano, desde que avó deles morreu, eles se reúnem uma semana antes do 24 de dezembro e fazem uma comemoração nataliana antecipada. “Desde que a vovó morreu, há uns 10 anos, a gente foi parando de comemorar o Natal juntos. Cada um foi casando, indo passar com suas novas famílias. Mas, no fundo, sentia falta de estar reunido. Aí, tivemos essa ideia de festejar uma semana antes, manter a tradição e matar a saudade”, conta. E quando fala em manter a tradição, não é força de expressão. O Natal que os netos da dona Beti passavam na casa dela tinha todo mundo cantando música natalina, ceia farta e, claro, a troca de presentes. “A gente foi vendo que isso estava se perdendo e queria mostrar para a nova geração como era, e claro, matar a saudade da nossa época”, diz Janine acrescentando que a adesão é total. Com familiares vindos de São Paulo, e da Região dos Lagos, no Rio. Só um primo que mora na Austrália é que nem sempre consegue vir." “Em 2020, foi muito frustrante. A gente ficou órfão do encontro, todo mundo se ligou na noite do Natal, mas esse ano já teve e foi lindo”, completou. 5 cuidados para tornar a festa mais segura Para um Natal seguro, apesar das vacinas, especialistas ouvidos pelo g1 recomendam que não é hora de descartar as máscaras. Veja abaixo 5 medidas fundamentais para garantir um Natal e um Réveillon com segurança:

  1. convide os familiares vacinados;

  2. usar a máscara e, se tirar, manter o distanciamento;

  3. as regras precisam ser definidas antes;

  4. fazer a festa ao ar livre;

  5. não compartilhar os pratos, talheres etc.

Fonte: G1

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