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Médicos: Guia prático de conduta para Covid-19

Este é um breve resumo das diretrizes, sem análises ou comentários. Para mais informações, acesse o documento na íntegra pelo link indicado nas referências.

Estas diretrizes práticas e rápidas para controle da Covid-19 (sigla do inglês, Coronavirus Disease 2019) foram publicadas em fevereiro de 2020 pelo Hospital Zhongnan da Equipe de Pesquisa de Tratamento do Novo Coronavírus da Universidade de Wuhan e pela Divisão de Medicina Baseada em Evidências da China International Exchange and Promotive Association for Medical and Health Care (CPAM). [1]

Guia sobre contatos próximos e possibilidade de exposição

Adotar o período de observação de 14 dias de forma rigorosa.

Caso surjam sintomas como febre ou tosse, vá ao hospital para diagnóstico e tratamento. Se possível, avise antecipadamente ao hospital para que o transporte até lá seja providenciado.

A utilização de máscara N95 é a principal estratégia, e o uso de máscara cirúrgica descartável é a estratégia alternativa.

O transporte público deve ser evitado como meio de transporte até o hospital. As formas de transporte de escolha são ambulância ou veículo particular. As janelas do veículo devem ficar abertas para ventilar o ambiente.

Enquanto estiver em público (por exemplo, andando na rua, aguardando atendimento no hospital), use máscara e tente ficar a no mínimo um metro de distância das outras pessoas.

Acompanhantes de pacientes indo ao hospital para serem examinadas devem adotar imediatamente as recomendações de monitorização para contatos próximos. Além disso, devem realizar higiene respiratória adequada e lavar as mãos corretamente.

O hospital local ou regional deve ser notificado antes da chegada do paciente com suspeita de infecção por SARS-CoV-2 (sigla do inglês, Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2). O veículo utilizado para transportar o contato paciente com suspeita de infeção deve ser desinfetado com solução contendo cloro (500 mg/L) e as janelas devem ser abertas para ventilar o ambiente.

Isolamento e orientação de cuidados domiciliares para pessoas com sintomas leves

A estratégia de escolha é manter o paciente isolado em um quarto bem ventilado; de forma alternativa, tente ficar a no mínimo um metro de distância do paciente.

Artefatos domésticos devem ser limpos e desinfetados com uma solução contendo cloro (500 mg/L) todos os dias.

Visitas de amigos e familiares devem ser restringidas.

O cuidador deve ser um familiar saudável que não tenha doenças de base.

As atividades do paciente devem ser restringidas.

As janelas das áreas comuns, como banheiros e cozinhas, devem permanecer abertas para ventilar o ambiente.

Não compartilhe itens domésticos como, escova de dentes, toalha, talheres e lençóis com os pacientes. Os itens usados pelo paciente para as suas necessidades diárias não devem compartilhados e devem ser armazenados separadamente daqueles utilizados pelos outros moradores.

Ao tossir ou espirrar, o paciente deve estar utilizando uma máscara ou cobrir a boca com um papel toalha e o cotovelo dobrado. Ele deve lavar as mãos imediatamente após tossir ou espirrar.

A estratégia de escolha para os cuidadores é o uso de máscara N95 quando estiverem no mesmo cômodo que o paciente. De forma alternativa, uma máscara cirúrgica descartável pode ser utilizada.

A máscara deve ser utilizada rigorosamente de acordo com o manual de instruções.

Após lavar as mãos, a estratégia de escolha é secá-las com papel toalha. Uma toalha pode ser utilizada como alternativa, mas deve ser lavada e desinfetada diariamente.

Guia para o cuidador domiciliar

As mãos devem ser lavadas e desinfetadas nas seguintes situações:

  1. Após entrar em contato com o paciente

  2. Antes de sair do quarto ou da casa do paciente

  3. Antes e depois de comer

  4. Após utilizar o banheiro

  5. Após entrar na casa

O contato direto com as secreções ou eliminações do paciente deve ser evitado, especialmente se forem orais ou respiratórias. Além disso, evite o contato direto com as fezes do paciente.

Luvas descartáveis de dupla camada devem ser utilizadas (1) ao lidar com a urina ou as fezes do paciente; (2) ao fornecer cuidado oral ou respiratório; e/ou (3) ao limpar o quarto do paciente. As mãos devem ser lavadas antes de colocar as luvas e depois de removê-las.

As roupas, lençóis, toalhas e outros itens podem ser lavados com detergente comum e água ou na máquina de lavar (de 60 °C a 90 °C) com detergente comum.

Não sacuda lençóis contaminados antes de lavar; os coloque diretamente no saco da lavanderia e evite contato direto com eles.

Feche o saco de lixo comum produzido pelo paciente, e troque o lixo com frequência.

Guia de tratamento

O paciente deve permanecer de repouso e os sinais vitais devem ser monitorados (por exemplo, frequência cardíaca, saturação de oxigênio, frequência respiratória e pressão arterial).

O paciente deve receber suporte terapêutico para garantir o consumo adequado de energia e hidratação, mantendo níveis normais de eletrólitos e o equilíbrio ácido-básico.

Monitorar os exames do paciente, como hemograma, proteína C reativa, procalcitonina, exames de função orgânica (p. ex., enzimas hepáticas, bilirrubinas, enzimas miocárdicas, creatinina, ureia, volume urinário), coagulograma, gasometria arterial e radiografia de tórax.

Forneça ao paciente uma oxigenoterapia efetiva, que pode incluir cateter nasal, máscara de oxigênio, terapia nasal de alto-fluxo, ventilação não invasiva ou ventilação mecânica invasiva.

Considere o uso de oxigenação por membrana extracorpórea para pacientes com hipoxemia refratária de correção difícil com a ventilação pulmonar protetora.

Tratamento antiviral

Atualmente, não há evidências de estudos randomizados e controlados que embasem alguma farmacoterapia específica contra o novo coronavírus em casos suspeitos ou confirmados.

Tratamentos a serem considerados incluem o interferon alfa inalatório (cinco milhões U/dose em água estéril para injeção, duas vezes ao dia) e lopinavir/ritonavir oral (dois comprimidos/dose, duas vezes ao dia).

Antibioticoterapia

O uso cego ou inapropriado de antimicrobianos deve ser evitado, particularmente combinações de antibióticos de amplo espectro. Uma vigilância bacteriológica deve ser realizada, e antibióticos apropriados devem ser administrados prontamente em caso de infecção bacteriana secundária.

Com base nas manifestações clínicas do paciente, se uma infecção bacteriana secundária não puder ser descartada, aqueles com sintomas leves podem receber antibioticoterapia direcionada para pneumonia adquirida na comunidade (amoxicilina, azitromicina, fluoroquinolonas). Pacientes com sintomas graves devem receber terapia antimicrobiana empírica para cobrir todos os patógenos possíveis, com descalonamento assim que o agente for determinado.

Outros medicamentos

Para tratamento sintomático da febre, se a temperatura do paciente for > 38,5 °C, use ibuprofeno como antipirético (200 mg/dose a cada quatro horas; não exceder quatro doses em 24 horas). Uma temperatura < 38 °C é aceitável.

Para reduzir a incidência de úlceras de estresse e sangramento gastrointestinal, antagonistas de receptores H2 ou inibidores da bomba de prótons devem ser utilizados em pacientes com risco de sangramento gastrointestinal. Entre os fatores de risco estão ventilação mecânica por 48 horas ou mais, coagulopatia, terapia de substituição renal, doença hepática, entre outros.

Para reduzir a congestão pulmonar e melhorar a função respiratória em pacientes com dispneia, tosse, sibilância ou síndrome de desconforto respiratório devido ao aumento da secreção respiratória, use anticolinérgicos seletivos contra receptores M1 e M3, que ajudam a reduzir secreções, relaxam a musculatura lisa das vias aéreas, aliviam o broncoespasmo e melhoram a ventilação pulmonar.

Para reduzir a incidência de tromboembolismo venoso em pacientes em risco (ou seja, após uma avaliação do risco), use heparina de baixo peso molecular ou heparina não fracionada em pacientes de alto risco sem contraindicação.

Para mais diretrizes de conduta, acesse: Diretrizes.

Fonte: Medscape

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