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Mulher viciada em aulas de spinning desenvolve incontinência urinária


 
 

A incontinência urinária é um distúrbio que causa perda involuntária da urina pela uretra. Os principais fatores associados à condição são gravidez, obesidade e problemas na região da próstata. Entretanto, cientistas tentam entender como a prática de atividades como o ciclismo podem impactar e gerar a doença.


Ao jornal britânico Daily Mail, a ginecologista Philippa Kale explicou que certas aulas de ciclismo podem contribuir para o desenvolvimento de incontinência urinária em mulheres. Segundo a especialista, ficar um tempo excessivo no banco de uma bicicleta pode desencadear sérios problemas.


Ela conta que uma paciente de 50 anos, que preferiu não se identificar, procurou atendimento médico depois de começar a ter dificuldade para segurar o xixi quando precisava ir ao banheiro. Pouco depois, ela começou a urinar sem perceber.


Segundo o jornal britânico, a mulher não teve problemas urinários nenhuma das vezes que ficou grávida e, nas ocasiões, fez exercícios para fortalecer o assoalho pélvico.


Depois de uma investigação médica, se descobriu que o problema piorava todas as vezes que ela fazia exercício, e a atividade física sempre era mesma: o spinning. A britânica chegou a comprar uma bicicleta para malhar em casa, além de ir à academia para aulas coletivas pelo menos quatro vezes por semana.


Ela conta que começou a sentir dormência na região, mas achou que era comum pela quantidade de tempo que passava na bicicleta.


Caso comum


“Muitas relatam um inchaço alarmante depois de uma aula vigorosa, ou a sensação de entorpecimento na região. Vazamento de urina, mesmo em mulheres sem filhos que nunca tinham tido problemas antes, é outro relato comum”, afirma Kale.

Segundo a médica, estudos recentes indicam que, além de uma alta incidência de incontinência e dores pélvicas, as ciclistas também podem sofrer uma diminuição da sensibilidade vaginal e uma maior taxa de infecções no trato urinário.


Ela explica que a razão tem a ver com os impactos constantes pelos quais os órgãos genitais femininos passam durante o exercício. Durante a pedalada, no movimento de inclinar-se para a frente para segurar o guidão, existe um aumento na pressão interna do pavimento pélvico, rede de músculos que serve como base da pélvis e suporta a órgão como a bexiga e o útero.


Kale explica que, se o pavimento pélvico estiver enfraquecido, a pressão pode causar incontinência urinária. “Isso é chamado de incontinência de estresse. Pode ser gerada por outros estímulos, que incluem exercícios extenuantes tais como correr e saltar, mas também tossir, espirrar ou mesmo apenas rir”, comenta.


Um pavimento pélvico demasiado ativo pode também causar incontinência ao exercer pressão sobre a bexiga e os nervos que a abastecem. “Pode ter uma mistura de ambos os tipos de incontinência, e os dois podem ser piores após a menopausa, porque a perda de estrogênio pode levar ao enfraquecimento dos tecidos do pavimento pélvico e do sistema urinário”, expõe.


Prática correta do ciclismo


Ela ressalta para o fato de o problema não significar que o ciclismo não deva ser feito. “A prática de cerca de 30 minutos do exercício moderadamente intenso por cinco dias por semana está ligada à uma lista interminável de benefícios para a saúde. Mas se o desconforto genital e a incontinência se tornarem um problema, alguns ajustes têm de ser feitos”, ensina.


A médica recomenda o ajuste correto do banco e do guidão para garantir o conforto. Além disso, o uso de calças acolchoadas pode ajudar, mas devem ser utilizadas sem roupa íntima para não atrapalhar ainda mais os impactos na região.


Segundo Kale, especialistas aconselham que se levante a cada dez minutos enquanto se pedala, apenas para aliviar a pressão sobre essa parte do corpo. “Isto pode ocorrer naturalmente se estiver a andar em estradas urbanas, mas você poderá ter de se lembrar quando estiver numa bicicleta estática”, afirma.


“Assim, se o ciclismo lhe causar problemas, alguns simples ajustes no equipamento e no seu estilo de andar podem ser tudo o que é necessário para o levar de volta, confortavelmente, para a bicicleta”, destaca a especialista.


Fonte: Metrópoles

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