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Ministério da Saúde anuncia que pretende fazer até dez milhões de testes para coronavírus

O Ministério da Saúde deu uma entrevista coletiva sobre a pandemia do coronavírus. Além de atualizar o número de casos, que passam de mil em todo o país, o ministério esclareceu que agora, com a transmissão coletiva do vírus no Brasil, todas as pessoas com sintomas de gripe são consideradas casos suspeitos do novo coronavírus. E aí não dá para testar todo mundo. Mas informou que vai comprar nos próximos dias dez milhões de testes rápidos, que ficam prontos em cinco minutos. A ideia é, daqui a algum tempo, adotar uma estratégia semelhante à da Coreia do Sul, com testagem no sistema de drive-thru nos grandes centros urbanos.

Os secretários do Ministério da Saúde lembraram que começa na segunda-feira (23) a vacinação contra a gripe, que não protege contra o novo coronavírus, mas ajuda a acelerar o diagnóstico. A prioridade agora são os idosos, e os estados estão adotando estratégias para evitar que a vacinação aconteça em locais fechados, com aglomerados de gente.

“Não estamos mais apresentando o número de casos suspeitos por uma razão muito simples. Estamos em situação de transmissão comunitária e não tem mais nenhum sentido apresentar casos suspeitos. Com a transmissão comunitária, qualquer brasileiro com síndrome gripal pode ser suspeito, não há mais aquela correlação em função de viagem ou ter tido contato com alguém com caso confirmado”, diz o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo Reis.

O Ministério da Saúde disse que, como 80% das pessoas que pegam o vírus são assintomáticas, ou seja, não têm sintomas da doença, não consegue ter o registro formal de todos os infectados no país.

“O volume de casos assintomáticos chega a 80%. Nós temos muito mais gente com o coronavírus circulando. Por isso, as medidas de distanciamento social são tão importantes. Nem sempre esses casos são imediatamente identificados como sendo suspeitos de coronavírus. Alguns entram com quadro de pneumonia, quadros bastante complexos, porque muitas doenças se parecem no começo. A subnotificação é inerente às características dessa doença para os casos leves. Nos casos hospitalizados, os casos graves ou que evoluem para óbito, estamos investigando todos os casos e esses números vão se equilibrando ao longo do tempo na epidemia. Estamos no começo de um período ainda de aumento de casos de coronavírus, tanto de casos leves como também moderados e graves. Então, precisamos ainda acompanhar com mais algum tempo para saber se esta subnotificação é elevada ou ela é mais baixa”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.

Atualmente, a orientação é testar apenas pacientes graves, que estão internados. Mas o Ministério da Saúde anunciou neste sábado (21) que o governo vai comprar nas próximas semanas 10 milhões de testes rápidos, que têm os resultados em cinco minutos, bem diferentes daqueles que vêm sendo feitos nos laboratórios brasileiros.

“Nós iniciaremos com cinco milhões de testes. Nós vamos chegar a 10 milhões de testes nas próximas semanas. O objetivo central dessa medida, a própria OMS recomendou que se testasse para isolar. Ou seja, fizéssemos muito mais testes para identificar pessoas doentes e afastá-las. Vai aumentar muito a velocidade de diagnóstico em todo Brasil”, afirmou Wanderson Oliveira.

O ministério promete implantar num país um sistema semelhante ao feito com sucesso na Coreia do Sul.

“Nós não temos testes suficientes para todo mundo. Esses testes serão priorizados para profissionais de saúde, para unidades básicas de saúde e vamos, muito em breve, implantar uma estratégia similar ao que a Coreia realizou, usando um drive-thru de testes em alguns centros para aumentar a detecção a partir da testagem rápida, evitando que as pessoas tenham que ir à unidade de saúde para realizar a sua testagem. Então, esses processos estão em curso, mas para ficarem disponibilizados nas próximas semanas”, disse Wanderson Oliveira.

O secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo Reis, lembrou que o mais importante agora é a população tomar os cuidados necessários para evitar a disseminação do vírus, para proteger as nossas famílias, os mais idosos e também ao próximo.

“Nós estamos chegando num momento difícil, momento de todos nós termos uma decisão pessoal e engajamento pessoal. As pessoas não vão poder ficar esperando pelo poder público para que o poder público individualmente possa fazer ações que impeçam a evolução, o crescimento dessa doença. As pessoas precisarão fazer a sua parte, cada um de nós vai ter que fazer a sua parte. Com calma, com tranquilidade. Não adianta ter pânico. Todos devem saber já o que têm que fazer. Todos sabem que quanto mais tempo ficar em casa, vai diminuir a velocidade da transmissão da doença”, afirmou.

Ao final, o secretário executivo do ministério enfatizou a união de todo o país para enfrentar a pandemia.

“Todos os países vão ter problemas. Nenhum país consegue passar por essa epidemia sem dificuldade. O Brasil não vai ser diferente. E nós temos algumas características que algumas nos ajudam e outras nos prejudicam. Então, neste fim de semana vamos mostrar que cada um de nós pode fazer a sua parte. Vamos cumprir com aquelas recomendações que estão sendo dadas pelas secretarias, pelos hospitais, pelos municípios, pelos órgãos de imprensa. Toda a comunicação do país está direcionada para esse tema, 100% da programação da televisão, do rádio está direcionada para esse tema. Todas as informações estão sendo disponibilizadas minuto a minuto. A nossa responsabilidade é muito grande”, disse.

Fonte: Jornal Nacional

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