Em 2017, quando tinha cinco anos, Cora foi diagnosticada com Leucemia Linfoide Aguda (tipo B), um tipo de câncer em que a produção de todas as células sanguíneas fica comprometida.
“Ela [Cora] teve uma virose aos cinco anos. Em um dia que a gente veio só para fazer um exame e voltar [para casa], ela foi diagnosticada com leucemia”, lembra Patrícia Silvério, mãe de Cora. “Aí vai para UTI, faz transfusão de sangue, é muita informação na sua cabeça. E tem um estereótipo do câncer. Nesse momento você pensa: ‘perdi meu filho’.
Na primeira internação, após ficar mais de duas semanas no hospital, um profissional de Medicina Integrativa passou no quarto de Cora e perguntou à família se poderia realizar uma massagem na menina. “Ela virou de costas, ela queria receber a massagem imediatamente!” Naquele momento, o tratamento de Cora passou a aliar a quimioterapia com práticas da medicina integrativa.
Chin Na Lin, médico do Centro de Medicina Integrativa Mente-Corpo, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, FM-USP, explica que a Medicina Integrativa é uma tentativa de enxergar o paciente como um todo. “É uma medicina integrada entre mente e corpo. É um todo que deve ser integrado, não pode ser dividido”, explica. “Quando acontece uma doença o corpo inteiro e a mente também são atingidos.”
Maria Ester Mazzola, médica da equipe de Medicina Integrativa do Hospital Albert Einsten, explica que Medicina Integrativa aborda corpo, mente, espírito e a parte social do paciente. “O corpo tem essa força inata da cura. Não é só o remédio que cura, é como o seu corpo responde. Se a gente consegue diminuir o estresse, a ansiedade, sem dúvida isso ajuda no tratamento.”
Desde 2006, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece 29 terapias relacionadas à Medicina Integrativa. As mais populares são acupuntura, fitoterapia e homeopatia. Essas práticas são complementares e não substituem o tratamento convencional, já que o Conselho Federal de Medicina não reconhece algumas como especialidades médicas.