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Maria Beltrão lança livro 'O Amor Não se Isola', com diário escrito na pandemia


 
 

As incertezas e as notícias da pandemia do novo coronavírus mexeram com os sentimentos de muitas pessoas e com a apresentadora Maria Beltrão não foi diferente.


Para tentar aliviar o clima tenso do noticiário e organizar as ideias e sentimentos, a apresentadora do "Estúdio i" começou a escrever um diário, depois de meses de incentivo do marido. Assim, surgiu "O Amor Não Se Isola - Um diário com histórias, reflexões e algumas confidências", seu primeiro livro.

Os pensamentos, a rotina e eventuais confidências foram registradas em um diário escrito à mão entre 18 de abril e 1º de agosto.

"Quando veio a indefinição da pandemia, aqueles mil pontos de interrogação, começou a me dar uma pulsão criativa. Na verdade, eu senti necessidade de colocar coisas para fora. A ideia era a catarse, era deixar jorrar", diz Maria ao G1.

Apesar de ter sido escrito durante a pandemia, a jornalista tentou ao máximo não escrever sobre o coronavírus, mas em alguns dias o assunto "invadia" o diário.

Foi assim quando, em 23 de abril, Maria escreveu sobre o dia de São Jorge, o aniversário e a saudade do amigo Jorge Bastos Moreno, jornalista que morreu em 2017, e o número de 407 mortes no Brasil em 24h, recorde até aquele momento.

Ela também cita o total óbitos registrados no país naquele momento: 3.313, sem saber que meses depois o número estaria passando da casa dos 160 mil. Estímulo à criatividade Adepta aos diários na adolescência, Maria deixou de lado a prática de escrever coisas pessoais justamente quando virou "jornalista de carteirinha e crachá" e queria recuperar isso.

"Achei que eu vinha achatando a minha criatividade literária e esse exercício da escritora americana [Julia Cameron] é justamente para você despertar a criatividade, acelerar o processo criativo", diz ao explicar o método "morning pages", que o marido sugeriu para a família no final de 2019.

Ao longo dos dias, ela fala sobre a rotina, a família e a religião, aspecto não tanto conhecido do público.

"Minha fé sempre e mais do que nunca. Uma das coisas que eu mais ouço é: 'Menina, eu não sabia que você era tão religiosa'", diz a apresentadora que se define como uma pessoa da alegria e da esperança. É como entrar na casa da jornalista carioca, um processo contrário ao que acontece diariamente quando ela que entra na casa do público e faz companhia aos espectadores do "Estúdio i". "Foi bonito realizar essa escrita. Ali é um documento que lerei depois desse momento histórico tão singular e excepcional. Tenho ali a minha lente sobre ele e não vou esquecer porque está escrito", conta. Peso de cobrir uma pandemia A apresentadora também falou sobre como a pandemia afetou sua rotina e como ela se sentia em abril, mês em que começou a escrever. "[Estava] muito angustiada, muito cansada. Ainda hoje a gente tem mais dúvidas do que certezas, mas naquele momento a insegurança era total", diz. "Não só a gente começou a trabalhar mais do que antes, mas também era um noticiário mais pesado. O preço emocional naquele começo foi imenso", continua Maria.

Depois do programa, ela chegava em casa tomava banho e já ia para a cama. "Lembro que a sensação era que a minha vida estava em um looping, sensação de que eu estava trabalhando, comendo e deitando não necessariamente dormindo, hein?".

Meditação, oração e um pouco de ginástica eram formas de aliviar o dia pesado. Além de escrever, claro. Não é à toa que no livro, Maria percebe um dia que "escrever aqui é como fazer análise".

"Se eu não tivesse escrito nesse modo de 'vou jorrar meus pensamentos', eu teria demorado a compreender que o que estava me deixando doente era a indefinição de ver minha mãe e tio Milton. Eu percebi que tive que jorrar um tanto de coisas sem pensar para, de repente, a epifania chegar", explica. Olhar para trás No livro, há também muitas lembrança e citações de filmes, de livros, de músicas porque a pandemia foi um período em que a nostalgia esteve em alta para Maria.

"Nessa minha busca pelo que é essencial, de valorizar o que já não se tem, eu acabei fazendo uma viagem ao passado. Impressionante", diz.

"Olhei pelo retrovisor para o passado e percebi que, até as histórias que eu tinha vergonha, as histórias de fracasso, hoje eu vejo com alegria. A luta, as conquistas, tanto trabalho, onde eu cheguei me deram uma alegria, um orgulho e até uma autoestima".

Apesar de trabalhar com as palavras e falar com felicidade com o livro na mão, Maria diz que "O Amor Não se Isola" só saiu porque ela não sabia que o estava escrevendo.

"Eu costumo dizer que eu escrevo sob pressão, escrevo antes do 'Estúdio i', que é para dali a pouco. Uma página em branco é uma das coisas mais assustadoras que eu conheço", explica. "O ânimo era que já tinha muita coisa escrita, o começo já tinha passado", lembra da sensação de perceber que, por acaso, seu primeiro livro estava quase pronto.

Por conta da pandemia, não houve um evento de lançamento presencial, mas Maria contornou a situação com uma sessão de autógrafo virtual em que também respondeu as cartinhas carinhosas dos espectadores, que, agora, são seus leitores também.


Fonte: G1

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