Rio de Janeiro/Brasília (Reuters) – Os incêndios na floresta amazônica brasileira este ano provocaram um aumento no número de crianças pequenas tratadas por problemas respiratórios por conta da fumaça que nublou o céu em toda a região, apontou um estudo divulgado na última quarta-feira (2/10).
Aproximadamente 5.000 crianças com nove anos ou menos foram tratadas durante os meses em maio e junho em 36 áreas do chamado “arco do desmatamento” do Brasil, a área que circunda parcialmente a Amazônia, onde a destruição da floresta é maior, de acordo com um estudo da Fundação Oswaldo Cruz.
Isso é o dobro da média mensal dos últimos 10 anos, com o estudo ligando o aumento aos incêndios florestais.
O estudo examinou apenas os casos de maio e junho, os dados mais recentes disponíveis, quando o número de queimadas foi um pouco maior que no ano anterior. Este período, no entanto, é anterior ao aumento de agosto, quando os incêndios na Amazônia quase triplicaram em relação ao mesmo período do ano passado.
O número de incêndios florestais na Amazônia no ano atingiu seu ponto mais alto desde 2010 em agosto, atraindo protestos globais de que o Brasil não estava fazendo o suficiente para proteger a maior floresta tropical do mundo.
Ambientalistas e pesquisadores dizem que fazendeiros e outros grupos que estão desmatando a floresta estariam propositalmente incendiando a mata. O governo do Brasil enviou o Exército para combater os incêndios e lançou uma investigação sobre as causas do fogo.
O Dr. Cristovam Barcelos, PhD., um dos pesquisadores que escreveu o estudo, afirmou que, com o aumento dos incêndios a partir de julho, o número de casos pode aumentar.
“Há uma sequência que começa com o desmatamento, depois vêm os incêndios e os problemas respiratórios”, disse o pesquisador.
Em áreas que registram mais incêndios do que o habitual, uma criança tem 36% mais chances de desenvolver problemas respiratórios, segundo o estudo. O Dr. Cristovam acrescentou que 2% das crianças que procuraram tratamento por problemas respiratórios morreram mais tarde.
Fonte: Medscape