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Hospitais de SP vão ter teleconsulta com especialistas do Incor e HC para tratar pacientes com coron

Especialistas do Instituto do Coração (Incor) e Hospital das Clínicas (HC) vão atender outros médicos de mais de 100 hospitais da rede pública do estado de São Paulo através da teleconsulta a partir desta quarta-feira (1º).

“São Paulo amplifica o protocolo de atendimento em mais de 100 hospitais através da teleconsulta. Esse é um projeto pioneiro de teleconsultas desenvolvido pelo Incor. O Incor é uma referência nacional e internacional, pertence e está integrado ao Hospital das Clínicas em São Paulo que é o maior complexo hospitalar da América Latina. Esse sistema já está a disposição e começa a ser aplicado a partir de amanhã com protocolo de tratamento de pacientes com coronavírus em toda rede em mais de 100 hospitais públicos da secretaria da saúde”, afirmou o governador João Doria (PSDB), durante coletiva de imprensa na tarde desta terça (31) no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul de São Paulo.

De acordo com Doria, o atendimento aos médicos de outros hospitais pode se estender também para a rede privada, se for necessário.

“Isso vai permitir a discussão de casos em tempo real com médicos de outros hospitais da rede e agilização de procedimentos. A agilidade em defesa da vida muitas vezes pode significar a diferença entre viver e não viver. Uma equipe estará em conexão por videoconferência com outros médicos dos hospitais da rede pública, podendo também circunstancialmente poder atender médicos da rede privada se assim for necessário. Eles vão analisar os casos mais complexos sugerindo e fornecendo alternativas de forma rápida e eficiente.”

O projeto pioneiro vai permitir que os especialistas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, liderados pela equipe de pneumologia do Incor, discutam casos em tempo real com outros hospitais da rede e promovam a capacitação de profissionais de saúde. Inicialmente, foi feito um projeto-piloto no Hospital do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo.

Foi criado um protocolo para padronizar os cuidados dos pacientes que precisam de internação nos hospitais estaduais. “Temos um protocolo que foi validado desde a entrada do paciente no hospital até a necessidade de entubação, a necessidade de colocação em ventilação mecânica e quais são os parâmetros, os ajustes para que esses pacientes sejam manuseados de uma maneira uniforme das unidades dentro da Secretaria da Saúde do estado de São Paulo”, disse o pesquisador e diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (InCor), Carlos Carvalho.

Três robôs serão usados durante o tratamento da Covid, na triagem de pacientes que chegam da rua infectados para impedir a contaminação de funcionários e até no contato com familiares que não podem fazer visitas.

Santas Casas

O governador João Doria (PSDB) afirmou na tarde desta terça-feira (31) que irá repassar R$ 25 milhões mensais para as Santas Casas do estado e hospitais municipais até o mês de julho. O valor total do repasse será de R$ 100 milhões.

“O governo do estado de São Paulo anuncia neste momento o repasse de R$ 100 milhões para 300 Santas Casas do estado de São Paulo para auxiliar também hospitais municipais, hospitais que são controlados pelos municípios por 120 dias até 31 de julho. Este recurso será repassado todos os meses ao longo desses meses, abril, maio, junho e julho totalizando R$ 100 milhões, portanto, o valor mensal é de R$ 25 milhões para que hospitais municipais e santas casas possam ter um reforço no custeio para o atendimento aos seus pacientes. O objetivo é que esses hospitais aumentem sua capacidade de atendimento. Os hospitais municipais, os 126 hospitais municipais e desafoguem os hospitais, no atendimento de média e alta complexidade para que possam receber sobretudo pacientes com coronavírus”.

De acordo com Doria, a medida deve ampliar em até 30% a capacidade dos leitos nos hospitais de média e grande complexidade, para permitir que o sistema possa funcionar melhor.

Foto ilustrativa mostra adesivo com resultado positivo para o novo coronavírus — Foto: Dado Ruvic/Reuters/Arquivo

113 Mortos

Subiu para 113 o número de mortes pelo novo coronavírus no estado de São Paulo, segundo balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta segunda-feira (30). O estado possui ainda 1.517 casos confirmados.

O novo número de casos representa um aumento de 4,5% em relação aos 1.591 casos anunciados no domingo (29). No caso das mortes, o crescimento foi de 15,3%.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o maior número de casos é no município de São Paulo, com 1.233 casos, 91% do total do estado. Cidades da Grande São Paulo vêm na sequência de maioria dos casos: Santo André vem em segundo lugar, com 40 casos, São Bernardo do Campo tem 33 e São Caetano do Sul, 27.

Todas as novas vítimas da COVID-19 são da Grande São Paulo e foram atendidas em hospitais da rede privada de saúde. Um dos óbitos, um homem de 41 anos com comorbidades, é do município de Osasco. Os demais são da capital, sendo oito mulheres (duas de 77; três de 83; 87, 92 e 93 anos) e seis homens (dois de 64, 90, 93, 100 anos, além de um jovem de 31 anos com comorbidade).

Segue em investigação, por parte da Prefeitura, o histórico dos jovens de 26 e 33 anos, cujas mortes foram confirmadas no domingo (29). O levantamento busca saber se eles possuíam comorbidades, por exemplo.

Até a semana passada, apenas a Capital paulista registrava óbitos relacionados à COVID-19. Porém, já há registro de pelo menos um óbito nos municípios de Vargem Grande Paulista, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Taboão da Serra, Embu das Artes, Sorocaba, Osasco e Ribeirão Preto.

Notificação apenas em casos graves

Pessoas com sintomas leves, especialmente aquelas que não sentem falta de ar, não são registradas como casos suspeitos ou confirmados de coronavírus no sistema oficial, tampouco são submetidas ao teste laboratorial. Especialistas afirmam que a nova metodologia de registro pode levar a subnotificação.

Segundo a Diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), Helena Sato, a medida é necessária para concentrar esforços nos casos graves.

“Isso não quer dizer que a gente vai ter menos dados, de jeito nenhum. Nós trabalhamos com vigilância epidemiológica. Então, nós tivemos um procedimento muito parecido na época da pandemia que aconteceu dez anos atrás, em relação ao vírus do H1N1. Antes a gente notificava os casos leves, moderados, depois, com o aumento, com o que se considera uma pandemia, a gente foca nos casos graves. Isso de modo nenhum vai alterar nossas ações de vigilância, não altera em nada”, disse Sato em entrevista ao G1.

“É só uma forma de a gente poder acompanhar o que é mais importante nesse momento. Quando começa a ter mais casos, a gente começa a focar nos graves”, completa.

Para Fernanda Campagnucci, diretora executiva da Open Knowledge Brazil e especialista em transparência de dados, a nova orientação mostra que as estatísticas estaduais precisam ser analisadas com cautela, já que não refletem mais o mesmo cenário que era analisado antes.

“É compreensível que haja mudanças no processo de coleta dos dados, porque a gente está aprendendo a lidar com o vírus, e não há testes suficientes. Mas qualquer mudança na metodologia impacta o resultado. Isso precisa ser comunicado, divulgado, para que as análises sejam feitas com base nessa informação importante da nova orientação”, afirma Campagnucci.

Aumento de casos graves

“Os pacientes graves internados em UTI são agora 84. Neste último dia houve um acréscimo de 42%. Isso é mais ou menos característico da epidemia, ela tem dias de mais acréscimo e dias de menos acréscimo. Mas ela vem crescendo, o que mostra talvez para nós que as medidas de restrição de mobilidade estão sendo suficientes ou, pelo menos colaborando de forma bastante efetiva, para que a gente tenha 862 casos”, afirmou Germann.

De acordo com ele, esse crescimento de mortos e pacientes graves é característico de uma epidemia. “Nós éramos praticamente 90% dos casos do Brasil e agora nós somos 30% dos casos do Brasil. O que significa que existe uma expansão da epidemia de forma acelerada. Se nós formos olhar o número de óbitos, nós tivemos no Brasil 57 óbitos, infelizmente, e no estado de São Paulo, 48. No estado de São Paulo ontem eu anunciei 40 óbitos, então, tivemos um acréscimo de 20% no número de óbitos”, disse.

Representantes do comitê estadual de combate ao novo coronavírus em São Paulo afirmam que as medidas de restrição de circulação adotadas nas últimas semanas foram eficazes e ajudaram a conter a curva de crescimento de casos confirmados no estado. Segundo Helena Sato, médica que coordena o comitê, “muito provavelmente haveria um número muito maior [de casos] se as nossas famílias não estivessem em casa”.

Em pronunciamento na terça-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro criticou medidas de isolamento adotadas por estados e municípios. Na quarta-feira (25), Bolsonaro discutiu com o governador de São Paulo, João Doria.

Quarentena

O estado de São Paulo adota estratégias de restrição de circulação contra o coronavírus desde 16 de março. A quarentena começou na terça-feira (24) e vai durar 15 dias, até o dia 7 de abril, para os 645 municípios do estado de São Paulo.

A medida obriga o fechamento do comércio e mantém apenas os serviços essenciais, como nas áreas de Saúde e Segurança. Assim, os hospitais, clínicas, farmácias e clínicas odontológicas, públicas ou privadas, terão o funcionamento normal.

As transportadoras, armazéns, serviços de transporte público, serviços de call center, petshops, bancas de jornais, táxis e aplicativos de transporte continuam funcionando com as orientações dos sanitaristas.

Os serviços de Segurança Pública, tanto estadual, quanto municipais, continuam funcionando normalmente. Os bancos e lotéricas também continuam abertos. As indústrias devem continuam operando, já que não têm atendimento ao público em geral.

Fonte: G1

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