Um agricultor de 29 anos da ilha grega de Creta foi baleado com uma arma a uma distância de cerca de 10 metros e tinha 97% de chance de morrer. A bala se estilhaçou ao atravessar o hemisfério esquerdo do cérebro, alojando-se perto da parte de trás do crânio. Ele foi salvo depois de uma cirurgia cerebral remover parte do cérebro.
O paciente, cujo nome não foi revelado, foi levado às pressas para o hospital em “estado de coma” uma hora depois de ser baleado, com os médicos realizando uma cirurgia de emergência onde removeram parte do crânio para recuperar os fragmentos da bala. Alguns não puderam ser extraídos.
Segundo estimativas, menos de três por cento das pessoas sobrevivem a um ferimento de bala na cabeça. Destes, menos ainda recuperam totalmente das lesões e continuam a viver como viviam antes de sofrerem o tiro.
Dois anos e meio depois de ter levado um tiro na cabeça, o homem ainda está vivo, entretanto não consegue falar mais do que “expressões monossilábicas” e tem dificuldade em compreender uma linguagem complexa. Ele também sofre de espasmos involuntários no lado direito do corpo e dificuldades para mover os músculos do lado esquerdo.
Os médicos, entretanto, revelaram que ele ainda tem emoções e é capaz de sinalizar desejos com sons e músculos faciais. Os familiares também disseram aos médicos que tinham certeza de que ele se lembrava de acontecimentos anteriores, embora não tenham sido fornecidas provas disso.
A bala perfurou o lado esquerdo do cérebro, região que envolve a fala, o processamento da linguagem e direcionamento de movimentos no lado direito do corpo.
O caso foi revelado no American Journal of Case Reports por médicos do General University Hospital de Heraklion, na Grécia. Não ficou claro onde ocorreu o ferimento ou por que o homem foi baleado — se foi um acidente ou um ataque intencional.
A maioria das pessoas que levam um tiro na cabeça morre quase instantaneamente, seja por choque ou porque funções críticas são interrompidas. Em casos raros, porém, os pacientes sobrevivem se os danos cerebrais não afetarem estruturas críticas e receberem rapidamente cuidados médicos.
O paciente ficou hospitalizado por dois meses e meio, período durante o qual também fez uma cranioplastia – ou reconstrução parcial do crânio – antes de ser transferido para um centro de reabilitação de pacientes por 18 meses.
Fonte: O Globo
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