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Governo do DF troca nome para chefiar Saúde cinco vezes em menos de 24 horas


 
 

O governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou, na tarde desta sexta-feira (27), o quinto nome para assumir a chefia da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), em menos de 24 horas. O indicado mais recente é o general Manoel Pafiadache (veja perfil abaixo). "É uma pessoa que tem larga experiência na saúde pública", afirmou o chefe do Executivo, em entrevista coletiva.


Desde o fim da tarde de quinta (26), quando foi confirmada a exoneração do ex-secretário Osnei Okumoto, o governo anunciou cinco nomes para o cargo. Em determinado momento, o próprio governador disse que assumiria a pasta, mas desistiu nesta manhã.

O novo secretário atuava como superintendente executivo do Intituto de Cardiologia do DF (ICDF). Antes disso, foi diretor de apoio operacional do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF). Segundo Ibaneis, uma das motivações da escolha foi o "bom relacionamento com o Ministério da Saúde" que o militar da reserva tem.

Ao informar a nova substituição do cargo, o governador comentou a saída de Okumoto. "A saída do Osnei não foi nada contra o trabalho que ele vinha realizando [...] A gente precisa de alguém que tenha um pouco mais de força no trato de união de equipes", afirmou o governador. Cinco substituições O primeiro nome a ser anunciado após a exoneração de Okumoto, ainda na tarde de quinta, foi o do médico ortopedista Alberto Aguiar Santos Neto. No entanto, segundo o governo local, ele "decidiu não assumir o cargo por motivos pessoais, principalmente de ordem familiar".

Em seguida, em nota, o Executivo disse que a pasta seria comandada interinamente pelo secretário de Governo, José Humberto Pires. Minutos depois, porém, veio o anúncio de que Ibaneis passaria a ser o responsável pela pasta, para "recuperar a credibilidade" do órgão.

Nesta manhã, o governador desistiu da ideia e foi publicada, em edição extra do Diário Oficial do DF, a nomeação de Artur Felipe Siqueira de Brito como secretário interino. Na gestão de Osnei, ele era secretário adjunto de Gestão em Saúde.

O trabalho como chefe da pasta, no entanto, não durou um dia. No início da tarde, o governador anunciou o nome do general Manoel Pafiadache. Governador Ibaneis Rocha anuncia general Manoel Pafiadache como novo secretário de Saúde do DF em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (27). — Foto: TV Globo/Reprodução Novos desafios Em coletiva de imprensa no início da tarde, Ibaneis falou sobre o recuo na intenção de chefiar a SES. "Não é que eu desisti. Vim despachar aqui da secretaria [da Saúde], levantei todos os procedimentos em andamento e atuei como se secretário fosse. Eu acho que isso importa muito mais do que um documento, do que uma publicação", disse o governador. O chefe do Executivo disse ainda que vai "continuar trabalhando junto com o general Pafiadache, até que as coisas sejam encaminhadas". "De ontem para hoje eu estava exatamente trabalhando para encontrar a pessoa certa para assumir esse cargo e eu já encontrei a pessoa", afirmou Ibaneis.

Segundo o governador, o principal eixo da nova gestão é "resgatar a credibilidade do sistema de saúde do Distrito Federal". Ele anunciou metas e contratações futuras. Veja as principais:

  • Passar a média atual de 5 mil cirurgias eletivas para 12 mil, com liberação de 10 mil horas extras para médicos e anestesistas;

  • Pagar dívidas que chegam a R$ 390 milhões na SES e Iges-DF;

  • Reformas na infraestrutura dos hospitais regionais do Gama, de Taguatinga e de Ceilândia, considerados com " pior condição";

  • Licitação emergencial para manutenção do Hospital de Base e das Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

Quem é o general Pafiadache? Manoel Luiz Narvaz Pafiadache nasceu em Quaraí, no Rio Grande do Sul. Ele ingressou no Exércio em 1973, servindo na Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, onde atuou depois como instrutor.

Na carreira militar, o general Pafiadache já ocupou o cargo de Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sul, em 2007, e do Comando Militar do Nordeste, em 2016. Passou os dois anos seguintes como chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Exército, até que, em 2018, passou para a reserva remunerada. No Poder Executivo, em meio às atividades militares, Pafiadache já foi chefe de Segurança da Presidência da República, no Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, de 2000 a 2002.

Em primeiro pronunciamento como secretário, em coletiva de imprensa nesta tarde, o general afirmou que encara o cargo como “um grande desafio”. "Neste final de semana vou fazer um trabalho de avaliação. Obviamente a base será fazer tudo aquilo que já vinha sendo feito e que tava dando certo, com meu amigo Osnei e identificar aquilo que a gente pode melhorar”, disse Pafiadache. Saída de Okumoto Segundo o Palácio do Buriti, Osnei Okumoto "pediu exoneração do cargo e vai voltar à presidência do Hemocentro". Mas, questionado pela TV Globo sobre a substituição, o governador Ibaneis disse que "precisava de um gerente". A reportagem também apurou que havia uma insatisfação recente com o trabalho do secretário.

Esta é a segunda vez que o secretário é exonerado da pasta. Ele assumiu o cargo em janeiro de 2019, no início da gestão Ibaneis. Em março do ano passado, após o começo da pandemia, Osnei pediu demissão da Secretaria de Saúde (SES-DF) e assumiu a presidência do Hemocentro.

À época, Francisco Araújo foi nomeado secretário de Saúde. No entanto, ele foi exonerado em setembro do ano passado, após ser preso em meio às investigações da operação Falso Negativo, que apurou fraudes na compra de testes rápidos de Covid-19. O Ministério Público afirmou que Francisco "capitaneava uma organização criminosa". Ele nega as acusações. Com a saída de Araújo, Osnei voltou a comandar a SES-DF. Neste mês, ele completou 11 meses à frente da pasta.


Fonte: G1

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