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Explante de silicone: saiba como funciona a retirada de próteses



No Brasil, a cada ano cerca de 200 mil pessoas fazem cirurgia para colocar próteses nos seios. O aumento das mamas segue sendo há décadas a segunda cirurgia plástica mais realizada no país, perdendo apenas para a lipoaspiração. Entretanto, muitas mulheres estão fazendo o caminho inverso, o explante.


O procedimento é feito tanto a partir de uma recomendação médica como por uma escolha de mulheres que não desejam mais as próteses. Entre as recomendações médicas para a retirada estão a contratura capsular, o extravasamento do gel da prótese e a Síndrome Autoimune-inflamatória Induzida por Adjuvante (Asia), uma doença autoimune descrita em 2011.


“A indicação médica é o fator principal que leva as mulheres a fazerem estas cirurgias. Geralmente são casos da chamada contratura capsular, quando o silicone enrijece por uma ação do corpo e acaba se tornando uma espécie de pedra dolorida”, diz o cirurgião plástico Victor Hugo Alves Cordeiro, de Brasília.

Há, no entanto, mulheres que decidem fazer a retirada das próteses por escolha própria. É o caso da influenciadora Renata Lucena, de 35 anos, de Belo Horizonte (MG). “Eu coloquei a prótese aos 19 anos, entrei na onda, gastei um dinheiro que nem tinha. Desde o momento em que vi o resultado, não gostei, mas tive que passar 12 anos com o silicone”, lembra.


Explante por escolha


Cada uma das próteses que havia sido colocadas em Renata tinha 400 ml de volume. “Não conseguia usar roupas muito decotadas ou biquíni. Achava meus seios excessivos e fui me dando conta da falta de necessidade deles. É um corpo estranho dentro de mim, duas bolas de plástico que me incomodavam muito”, relata.


No período em que usou implantes nos seios, Renata teve duas gestações, sendo uma de trigêmeos. Nas duas ocasiões, ela não conseguiu amamentar os filhos e acredita que parte disso seja por conta da cirurgia no seio. “Sofri muito por não conseguir amamentar, mas foi bom para me dar a certeza de que não era feliz com aquelas próteses”, diz.


Ela esperou que seus filhos crescessem mais para poder fazer a cirurgia de explante, ocorrida em 2021. “Pouca gente me apoiava, todos diziam que tinha seios bonitos, mas não me via assim. Hoje sou muito mais bonita porque estou feliz”, conclui ela.


Como é feito o explante


De acordo com Cordeiro, o procedimento de retirada é tão ou mais complexo que o de colocação dos implantes. “No geral, buscamos retirar a prótese no mesmo local que ela foi colocada, no entanto, na maioria dos casos, é necessário fazer uma reconstrução das mamas”, aponta.


Com isso, a maioria dos procedimentos de explante acaba levando à uma cicatriz em formato de T invertido. “A cicatriz é maior, mas não me deixa preocupada. Não aparece tanto e, mesmo se aparecer, não me incomoda. Hoje em dia há tantos preenchimentos e procedimentos que estamos passando uma mensagem muito ruim às futuras gerações. Não quero que minha filha coloque um silicone aos 19, como eu fiz”, afirma Renata.

“Toda cirurgia plástica deve ser pensada com cuidado. Tanto o implante como o explante são mudanças muito grandes no corpo, alteram a imagem da mulher, então toda cirurgia deve ser debatida entre o paciente e as pessoas de sua confiança”, conclui o cirurgião.


Fonte: Metrópoles

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