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Estudo francês confirma que vacinas contra Covid reduzem em 90% risco de hospitalização e morte


 
 

Estudo francês publicado nesta segunda-feira (11) aponta que os vacinados contra a Covid-19 têm nove vezes menos riscos de serem hospitalizados ou de morrer do Sars-CoV-2 que os não vacinados. A eficácia, que parece valer também para a variante Delta, foi comprovada até cinco meses após a segunda dose da vacina.

Este é o maior estudo em termos de população realizado até agora no mundo. Os autores analisaram os dados de 22 milhões de pessoas de mais de 50 anos. O resultado foi publicado em dois relatórios da Epi-Phare, um grupo científico que associa a Agência Francesa do Medicamento (ANSM) e o Seguro Saúde Nacional francês (Cnam).

Os pesquisadores do Epi-Phare compararam os dados de 11 milhões de pessoas vacinadas de mais de 50 anos, com os dados de 11 milhões de não vacinados, da mesma faixa etária. A comparação foi feita entre 27 de dezembro de 2020, quando começou a campanha de vacinação na França, e 20 de julho passado. “As pessoas vacinadas têm nove vezes menos riscos de serem hospitalizadas ou de morrerem de Covid-19 que as não vacinadas”, resumiu o epidemiologista Mahmoud Zureik, diretor do Epi-Phare. “A redução do risco de hospitalização de 90%” foi observada a partir do 14° dia após a segunda dose. As conclusões do estudo francês confirmam as observações feitas em outros países como Israel, Reino Unido ou Estados Unidos. Mas o relatório francês é o “mais amplo já realizado no mundo”, afirma Zureik.

O estudo francês é publicado no momento em que levantamentos realizados no Brasil atestam a proteção proporcionada pelos imunizantes. Um estudo do Instituto de Infectologia Emílio Ribas de São Paulo concluiu que quase 9 em cada 10 pacientes internados no hospital com complicações da Covid-19 entre janeiro e a primeira quinzena de setembro não haviam completado o esquema de vacinação contra a doença. No Hospital Ronaldo Gazolla, em Acari, Zona Norte do Rio, 95% dos 208 internados com Covid não se vacinaram. Variante Delta Para tentar constatar o impacto da variante Delta, hoje dominante na França, os pesquisadores utilizaram um procedimento específico. Eles levaram em conta somente o período a partir do qual a Delta começou a ser predominante, isto é, somente a partir de 20 de junho (um mês antes do fim do estudo).

Os resultados obtidos foram semelhantes aos períodos anteriores. A eficácia da vacina nas pessoas com mais de 75 anos foi de 84%, e na faixa etária entre 50 e 74 anos de 92%. Mas os autores ressaltam que um mês é pouco para “avaliar o impacto real da vacinação em relação à variante Delta” e que o “estudo deve continuar para integrar dados de agosto e setembro”.

O resultado vale para as vacinas Pfizer-BioNtech, Moderna e AstraZeneca. O quarto imunizante administrado na França, da Janssen, só foi autorizado no país mais tarde e não foi incluído no estudo.

Por enquanto, os autores estimam que “nenhum indício aponta uma perda de imunização que corrobore a necessidade de uma terceira dose da vacina para toda a população”. Dois grupos de estudo O estudo analisou dois grupos distintos. De um lado, foram comparados os dados de 7,2 milhões pessoas com mais de 75 anos, metade delas vacinadas e metade não. O segundo grupo era composto por 15,4 milhões de indivíduos na faixa etária de 50 a 74 anos, com a mesma porcentagem de vacinados e não vacinados. A campanha de vacinação começou na França em 27 de dezembro de 2020 apenas para as pessoas do primeiro grupo. A vacinação dos integrantes do segundo grupo foi escalonada: a partir de 19 de fevereiro de 2021, para os maiores de 65 anos, e partir de 10 de maio, para os maiores de 50 anos. Os pesquisadores acompanharam a evolução dos dois grupos até 20 de julho e obtiveram resultados de eficácia semelhantes para as duas faixas etárias.

Para comparar os dados e taxas de hospitalização, os autores do relatório constituíram “casais”. Para cada vacinado em uma determinada data, foi associado um não vacinado da mesma idade, sexo e vivendo na mesma região.

O estudo avaliou apenas a eficácia das vacinas contra as formas graves de Covid-19. Ele não permite deduzir se os imunizantes impedem a contaminação ou a transmissão do coronavírus.

Reduzir as formas graves da doença é o “maior objetivo da saúde pública. Uma epidemia sem forma grave deixa de ser uma epidemia”, salienta o Dr. Zureik. A grande expectativa agora é saber se a confirmação da grande eficácia dos imunizantes anticovid na França conseguirá convencer os antivacinas que ainda representam um quarto da população.


Fonte: G1

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