O Ministério da Saúde atualizou o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. Com data de 20 de janeiro, o novo documento traz o número previsto de pessoas nos grupos prioritários: 77,2 milhões. A primeira versão mostrava números das três primeiras fases da vacinação e a previsão era de vacinar 49,6 milhões de pessoas (entenda abaixo).
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Nesta segunda versão o plano, o governo detalha como será a primeira etapa de vacinação:
Serão 2,8 milhões de pessoas que receberão duas doses da CoronaVac (6 milhões de doses disponíveis). Estão neste grupo: trabalhadores da saúde na linha de frente contra a Covid-19; pessoas idosas (mais de 60 anos) residentes em instituições de longa permanência (institucionalizadas); pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência em Residências Inclusivas (institucionalizadas); população indígena vivendo em terras indígenas.
Depois, preferencialmente, de acordo com a disponibilidade da vacina, novos grupos serão incluídos: equipes de vacinação que estiverem envolvidas na etapa das primeiras 6 milhões de doses; trabalhadores das Instituições de Longa Permanência de Idosos e de Residências Inclusivas (Serviço de Acolhimento Institucional em Residência Inclusiva para jovens e adultos com deficiência); trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados, tanto da urgência quanto da atenção básica, envolvidos diretamente na atenção/referência para os casos suspeitos e confirmados da Covid-19; outros trabalhadores de saúde.
Nesta nova versão do plano, o ministério detalha apenas a primeira etapa de vacinação. No documento anterior, o governo apresentava 3 fases. Na fase 2, estavam os idosos com mais de 60 anos - mesmo os que não estão em instituições de longa permanência. Na fase 3, seriam as pessoas comorbidades, como diabetes, obesidade e doenças cardíacas.
Agora, esses e outros grupos continuam contemplados em uma futura etapa da vacinação, mas o escalonamento "para vacinação se dará conforme a disponibilidade das doses de vacina, após liberação pela Anvisa". Mais grupos incluídos Nessa atualização, o plano adicionou os trabalhadores industriais e trabalhadores portuários. Também detalhou melhor o que chamava apenas de “trabalhadores do transporte coletivo” e “transportadores rodoviários de carga”. Veja no final da matéria todas categorias que estão incluídas.
O primeiro documento, divulgado no dia 16 de dezembro de 2020, indicava um total de 49,6 milhões de pessoas nas três primeiras fases da vacinação. Segundo o ministério, atualmente, o Brasil tem mais de 354 milhões de doses de vacinas garantidas para 2021, por meio dos acordos com a Fiocruz (254 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses).
Até agora, entretanto, só 6 milhões de doses chegaram ao país, todas da CoronaVac.
Grupos prioritários O Ministério da Saúde explicou que os grupos prioritários foram baseados em princípios similares estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a pasta, o objetivo principal da vacinação é reduzir os números de mortes e casos de Covid-19, bem como "a manutenção do funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e a manutenção do funcionamento dos serviços essenciais".
"Optou-se pela priorização de: preservação do funcionamento dos serviços de saúde, proteção dos indivíduos com maior risco de desenvolvimento de formas graves e óbitos, seguido da proteção dos indivíduos com maior risco de infecção e a preservação do funcionamento dos serviços essenciais", diz o documento.
Veja outras mudanças:
Inclusão do Butantan/SinoVac nos acordos, com 46 milhões de doses no primeiro semestre deste ano e 54 milhões no segundo semestre – antes havia o memorando de entendimento
Retiraram o número de doses dos memorandos de entendimentos com outros laboratórios, como Johnson&Johnson e Pfizer
Inclusão da síndrome de Down entre os fatores de risco para caracterização dos grupos prioritários
Nova versão prevê que a vacinação de gestantes poderá ser realizada "após avaliação cautelosa dos riscos e benefícios e com decisão compartilhada, entre a mulher e seu médico prescritor". Há uma série de recomendações específicas neste caso, assim como para outros grupos, como portadores de doenças reumáticas e transplantados
Como haverá coincidência na realização das campanhas de vacinação contra a Covid-19 e influenza a partir de março, ficou estabelecido que o intervalo mínimo entre as vacinas deverá ser de 14 dias, no mínimo.
Número de seringas e agulhas também aumentou: de 340 milhões para 510 milhões.
Todos os grupos
Em amarelo, na primeira etapa de vacinação.
Pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas
Pessoas com deficiência institucionalizadas
Povos indígenas vivendo em terras indígenas
Trabalhadores de saúde
Pessoas de 60 anos ou mais
Povos e comunidades tradicionais ribeirinhas
Povos e comunidades tradicionais quilombolas
Pessoas com comorbidades
Pessoas com deficiência permanente grave
Pessoas em situação de rua
População privada de liberdade
Funcionário do sistema de privação de liberdade
Trabalhadores de educação
Forças de segurança, salvamento e Forças Armadas
Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros
Trabalhadores de transporte metroviário e ferroviário
Trabalhadores de transporte aéreo
Trabalhadores de transporte de aquaviário
Caminhoneiros
Trabalhadores portuários
Trabalhadores industriais
Fonte: G1