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Covid: como familiares de pacientes podem cuidar da saúde mental


 
 

Com o agravamento da pandemia de covid-19 no Brasil, o número de internações por causa da doença dispararam. Só no Estado de São Paulo, mais de 30 mil pessoas estão internadas, sendo que 12,5 mil estão em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), segundo informações divulgadas pelo governo estadual. O momento acendeu o alerta, também, para a necessidade do cuidado com a saúde mental por parte dos familiares de pacientes.


Para a psicóloga Talita Lobo, do InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), é importante que a família mantenha o contato com amigos e parentes, pois estreitar os vínculos pode amenizar o sentimento em relação ao familiar hospitalizado. Vale ressaltar que é possível fazer isso por meio de chamadas de vídeo e ligações, sem furar o isolamento social.


A especialista também avalia a importância de manter uma boa rotina de sono, praticar atividades físicas - desde que respeitando os cuidados para evitar a contaminação pelo coronavírus-, além de limitar o tempo nas mídias sociais.


“Também é importante diminuir o acesso a notícias associadas à pandemia, é algo que tem sido fonte de muita ansiedade entre os meus pacientes”, afirma Talita.

Como ajudar o familiar internado?

Para pacientes internados que podem fazer uso de celular, a orientação é que os familiares façam chamadas de vídeo e enviem mensagens de texto, importantes aliados que podem ajudar no bem-estar mental tanto da família quanto do ente hospitalizado.


A psicóloga conta que, em seus atendimentos, alguns pacientes relatam que sentem falta de ver os familiares, por isso o contato visual, mesmo que de forma virtual, é importante. “No InCor temos um sistema de visitas virtuais que são voltadas para os pacientes que estão sem celulares e vemos o quanto é benéfico para o paciente e para a família”, afirma.


Por outro lado, Talita chama a atenção para a troca de mensagens entre o familiar e a pessoa internada e recomenda que informações negativas relacionadas ao cotidiano fora do hospital sejam evitadas.


“É importante que as mensagens sejam tranquilizadoras e não referentes a problemas que o paciente não vai conseguir solucionar enquanto estiver internado, como contas atrasadas, por exemplo”, afirma a psicóloga.


Como auxiliar o paciente após a alta?

Após a alta, é importante que o paciente se sinta acolhido na volta para casa, tanto recebendo carinho e afeto, quanto auxílio dos familiares no autocuidado. “O papel da família nesse momento é de reforçar a esperança desse paciente e também de cuidar e mantê-lo engajado no tratamento médico”, afirma Talita.


No caso de pessoas que ficaram internadas em UTIs, a volta para casa envolve um processo de reabilitação física, já que a internação pode provocar perda muscular e dificuldade para realizar alguns movimentos.


“A família tem um papel fundamental nesse processo de recuperação, é importante fazer um resgate do paciente na dinâmica familiar, deixar que ele tome decisões e participe da vida ativa da família'', orienta a psicóloga.


Fonte: R7

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