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Câncer de mama em transexuais: conscientização e prevenção podem salvar vidas


 
 

O câncer de mama em transexuais é um tema que merece muita atenção. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), uma pesquisa realizada pela University Medical Center, em Amsterdã, indicou que mulheres trans possuem, aproximadamente, 47 vezes mais chances de desenvolverem esse tipo de tumor do que homens cisgêneros.


“As diretrizes da Professional Association for Transgender Health sugerem que o estrogênio pode contribuir para um aumento no risco de desenvolver câncer de mama, assim como o uso da testosterona”, diz a Dra. Maria Julia Calas, médica e Vice-Presidente da SBM. De acordo com ela, o número de casos de câncer de mama em transexuais é alto devido aos processos de hormonização para a readequação de gênero.


Por isso, ainda mais no Mês da Visibilidade Trans, é importante ressaltar que a prevenção e os cuidados para identificar possíveis tumores são fundamentais. Afinal, o câncer de mama em transexuais também pode ser fatal. O grande problema, porém, é que a falta de informação e o preconceito costumam atrapalhar o diagnóstico precoce da doença e interferir negativamente no tratamento.


“Essa população é carente de estudos satisfatórios e de significância estatística no que se refere tanto à incidência de câncer de mama quanto às possíveis formas de rastreio. Além disso, as informações de base populacional sobre até que ponto os transgêneros são submetidos a exames de mamografia são limitadas, o que acaba contribuindo para o aumento do risco”, explica a médica.


A recomendação, nesse caso, é manter os cuidados de sempre: realizar consultas e exames médicos periodicamente, para rastrear um possível tumor antes que ele provoque danos irreversíveis para a saúde do paciente. Mas, infelizmente, isso nem sempre é uma tarefa simples.


“Entre outubro de 2020 e setembro de 2021, 125 travestis e homens e mulheres trans foram assassinados no Brasil, de acordo com o projeto Transrespect versus Transphobia Worldwide (TvT), da ONG Transgender Europe (TGEU). É sob essa realidade que eles vivem, o que certamente impacta na sua busca pela saúde preventiva”, finaliza a Dra. Calas.


Fonte: Saúde em Dia

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