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'Botox' pode conter o suor excessivo? Entenda a técnica que usa a toxina em várias partes do corpo


 
 

Se você se incomoda com suor excessivo em uma ou mais partes do corpo, a toxina botulínica (conhecida também pela marca registrada Botox) pode ser uma opção para resolver o problema.

Abaixo, veja detalhes sobre os seguintes pontos:

  1. Como a toxina botulínica age para diminuir o suor?

  2. Para quem a toxina botulínica é indicada?

  3. Como o procedimento é feito?

  4. Quais os riscos?

1) Como a toxina botulínica age para diminuir o suor? Nas glândulas sudoríparas, responsáveis pelo suor, a toxina botulínica age bloqueando a transmissão de uma substância química – um neurotransmissor chamado acetilcolina. A acetilcolina é fundamental para a contração muscular. "Quando você bloqueia esse neurotransmissor, essa substância química, você impede a contração do músculo ou a secreção da glândula", explica a dermatologista Alessandra Romiti. 2) Para quem a toxina botulínica é indicada? Romitti diz que o tratamento é indicado principalmente para pacientes que têm hiperidrose – aumento da transpiração – em alguma parte do corpo. As mais comuns são as axilas, as mãos e os pés, mas há quem procure o procedimento para a nuca ou embaixo dos seios, por exemplo.

Uma outra possibilidade são casos em que a pessoa passa por uma cirurgia para tratar o excesso de suor e, de forma compensatória, passa a suar mais em outros lugares – o que é chamado de hiperidrose compensatória. "Tem gente que faz cirurgia para tratamento da hiperidrose e sobra o que a gente chama de hiperidrose compensatória, que é um suor nas costas depois da cirurgia. Pode ser feito nessa região de hiperidrose compensatória também, depois da cirurgia. Toda área do corpo que a pessoa tenha um suor que incomoda pode fazer a toxina botulínica para tratar", explica Romiti.

A médica destaca que o excesso de suor pode trazer o impacto negativo para a qualidade de vida do paciente. "Às vezes a pessoa sua sem estar calor, sem fazer atividade física, quando está estressada, então fica aquela pizza embaixo do braço. Imagina uma pessoa com hiperidrose na mão: vai dar a mão para alguém, aquela mão gelada, fria, então normalmente é isso: é uma sudorese desproporcional ao estímulo. A pessoa percebe que sua além da conta", descreve a dermatologista Alessandra Romiti. Se forem descartadas outras causas para o problema, como alguma doença que cause o excesso de suor, o procedimento pode então ser feito. Mas tampouco é necessário suar excessivamente para optar pelo procedimento. "Às vezes a pessoa faz, principalmente nas axilas, sem ter necessariamente uma hiperidrose. Às vezes tem uma quantidade de suor que incomoda. Vamos supor, um executivo que tem que ficar o dia inteiro de terno, gravata: às vezes, uma quantidade de suor que, para outras pessoas, pode ser considerado normal, para essa pessoa está atrapalhando a qualidade de vida. Então ele também pode fazer a toxina para parar de suar naquela região. Não precisa ser só, necessariamente, para quem tem hiperidrose, mas na maioria das vezes é", diz.

Aplicar a toxina nas axilas também pode ajudar com o mau cheiro que pode afetar a região, explica Romiti. "A bactéria prolifera no lugar onde tem calor e umidade. Quando a gente diminui a transpiração nas axilas, diminui o ambiente propício para o aparecimento das bactérias. Diminuindo as bactérias, os fungos, dessa área, você acaba diminuindo o excesso de cheiro, sim. Porque muitas vezes esse cheiro está relacionado com muita umidade – aí prolifera muita bactéria, fungo, e acaba dando mau odor", afirma. 3) Como o procedimento é feito? Geralmente, a aplicação da toxina botulínica é feita pelo próprio dermatologista, com uma agulha, no consultório. No caso das axilas, é feito de uma vez só nos dois lados.

Como pode ser dolorido, a anestesia local costuma ser utilizada, com um creme anestésico, diz Alessandra Romiti.

"Na axila é bem mais tranquilo [o nível de dor]. O tratamento da mão é mais chato de fazer por causa da dor", explica a médica.

A quantidade que será aplicada da toxina depende do tamanho da área que a pessoa vai tratar. Por isso, é difícil determinar um preço para o procedimento – porque ele varia conforme a quantidade usada. "Geralmente, é mais caro fazer o tratamento do suor do que uma aplicação de estética, porque a quantidade de unidades de toxina botulínica que vai é maior, mas para saber ao certo o médico calcula quanto aquele paciente vai precisar de toxina. Pode ser o dobro de unidades que usaria para o rosto", explica a dermatologista. O efeito da toxina botulínica para tratar a hiperidrose costuma durar, em média, de seis meses a um ano. A toxina começa a funcionar de 24 a 48 horas após a aplicação; o efeito completo geralmente é observado duas semanas após a aplicação. 4) Quais os riscos? O procedimento tem poucos riscos desde que seja feito por profissional capacitado, afirma Alessandra Romiti. A maioria dos problemas ocorre por erro de técnica na aplicação, como dose insuficiente ou excesso de dose. "Você pode ter um tratamento insuficiente, pode ter um tratamento em áreas que não sejam adequadas, mas os efeitos colaterais da toxina botulínica são muito pequenos quando a gente fala de tratamento de hiperidrose", explica. Na axila, por exemplo, é necessário garantir que o produto esteja sendo colocado na região correta, que mais transpira. Já em casos como a mão, é preciso calcular com cuidado onde o produto será aplicado, para garantir que não haverá interferência na força muscular. "A aplicação depende de onde está o alvo que você quer. A glândula sudorípara é sempre bem superficial, então os tratamentos para hiperidrose são sempre [com] aplicação bem superficial", diz Romiti.


Fonte: G1

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