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Aditivos alimentares podem colocar saúde de crianças em risco, diz estudo



Corantes, aromatizantes e saborizantes são utilizados na maior parte dos alimentos industrializados, além de outros aditivos alimentares que servem para preservar essas comidas por mais tempo. Tudo isso deixa as comidas mais gostosas, é um fato, mas será que é seguro para a nossa saúde?


A resposta todos já sabem, afinal, uma alimentação natural promove também uma vida mais saudável, enquanto uma alimentação industrializada faz o papel contrário. No entanto, pesquisadoras do Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições da Universidade Federal de Santa Catarina (NUPPRE-UFSC) decidiram entrar a fundo nesse tema, focando principalmente em como esses aditivos alimentares impactam na vida de crianças.


As pesquisadoras revisaram artigos publicados a partir dos anos 2000, toda a regulamentação global sobre o assunto e documentos oficiais que tratam do tema. Foram avaliados mais de 30 estudos em cerca de 20 países.


De acordo com as autoras, foi possível detectar um consumo elevado de aditivos durante a infância, principalmente os corantes. Porém, não foram encontrados artigos que analisassem o consumo de diversas sustâncias por crianças ao longo do tempo.


“É preciso avaliar o impacto que o consumo de mais de um aditivo em uma mesma refeição pode gerar à saúde”, disse a autora Mariana Kraemer. “Ao longo dos dias, indivíduos consomem porções de diversos alimentos que podem ser fontes de vários aditivos”.


A pesquisa mostra que mesmo com regulamentações internacionais aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a maior parte das avaliações de segurança das substâncias utilizam animais ou in vitro, o que não representa completamente o impacto no organismo humano.


“Além disso, existem limitações metodológicas nos estudos de avaliação de segurança, como o uso de amostras pequenas para considerar que a substância não tem efeitos tóxicos ou a não consideração da combinação de aditivos de naturezas distintas”, disse Rossana Proença, pesquisadora que ajudou no estudo.


Um dos exemplos citados na pesquisa aponta que os conservantes do tipo benzoato e sorbato, quando isolados, não apresentam efeitos tóxicos aos mamíferos. No entanto, ao chegar ao estômago e entrar em contato com outros aditivos, podem gerar substâncias potencialmente carcinogênicas.


A pesquisa ressalta que esse impacto precisa ser considerado, principalmente em crianças, pois os limites de adição dos aditivos alimentares são baseados em quilo de peso corporal, levando em consideração o peso médio de adultos.


Porém, as crianças possuem peso inferior, além de beberem mais água e ingerirem mais alimentos do que um adulto médio. “É importante lembrar que crianças têm mais tempo para desenvolver doenças crônicas ligadas à exposição de aditivos”, afirma Kraemer.


“Diante da constatação do risco à saúde dos consumidores, espera-se que sejam promovidas medidas que permitam aos consumidores identificar com clareza a adição de aditivos aos alimentos, incluindo a quantidade, de modo que possam fazer escolhas conscientes e informadas”, diz a advogada Cecília Cury, coautora do estudo e líder do Põe no Rótulo, um projeto que luta por informações mais claras nos rótulos de alimentos.


Fonte: Olhar Digital

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