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Xuxa conta que tem calvície: entenda como doença afeta mulheres, como identificar e tratamentos



A apresentadora Xuxa contou que foi diagnosticada com alopecia androgenética, popularmente conhecida como calvície. Por causa da perda de cabelo, a rainha dos baixinhos revelou que precisou recorrer a um transplante capilar.


Embora a doença seja mais comum em homens, mulheres também podem apresentar calvície. Existem vários tipos de alopecia, e no caso específico da Xuxa, trata-se da alopecia androgenética, que é hereditária, ou seja, transmitida geneticamente pela família.


Segundo a atriz, ela sempre teve cabelos finos e considerava isso normal, até que percebeu falhas que formavam áreas com menos cabelo. Ao buscar atendimento médico, recebeu o diagnóstico da doença.


Nessa fase, as falhas já eram perceptíveis, e ela decidiu raspar completamente a cabeça.


Nos últimos meses, optou por fazer um transplante capilar. Essa cirurgia consiste em redistribuir os folículos capilares, permitindo que novos fios cresçam em áreas antes afetadas pela calvície. Agora, a atriz aguarda os resultados do procedimento.


O que causa a alopecia em mulheres?


Os médicos explicam que a alopécia androgenética é principalmente, como o próprio nome diz, genética. Ou seja, é causada por uma herança familiar.


➡️ Outra causa importante está relacionada à conversão do hormônio testosterona em DHT, processo que também ocorre nas mulheres e contribui para a perda dos cabelos.


A doença começa a evoluir já a partir da adolescência e, muitas vezes, passa despercebida inicialmente. Geralmente, quem possui alopecia apresenta menos cabelos e fios mais finos ao longo da vida. E, por isso, passa mesmo desapercebida por quem tem o gene da calvície.


No entanto, com o tempo, no entanto, a calvície pode progredir, levando, como no caso da Xuxa, à perda significativa ou total dos fios.


Quais são os sinais?


Segundo os médicos é preciso estar atento e buscar o atendimento com médico dermatologista assim que perceber os sintomas. Como a doença é progressiva, é preciso buscar tratamento o mais breve possível.

Os sintomas são:


  • Afinamento dos fios;

  • Afastamento linha média, que é a do centro do cabelo;

  • Queda de cabelo;

  • Deixar rastro de cabelo onde senta no trabalho ou em casa;

  • Couro mais aparente.


Confira o que funciona e o que não funciona para queda de cabelo


👨‍🦲 O que funciona para alopecia androgenética, conhecida como calvície:


  • FINASTERIDA:


Como age: Ela atua inibindo uma série de enzimas chamadas 5-alfa-redutase, impedindo o corpo de converter a testosterona em DHT, um hormônio que leva ao crescimento da próstata e à calvície.


Está entre os tratamentos mais comuns para a calvície masculina, mas pode ter como efeito colateral a impotência sexual.


É importante ressaltar que apenas uma pequena porcentagem de pacientes experimenta esses efeitos, com cerca de 2% dos homens relatando redução da libido e impotência como resultado do uso da finasterida.


Embora considerada rara, a disfunção sexual associada à finasterida inclui perda de desejo sexual, disfunção erétil e ejaculatória, e ainda há controvérsias sobre a persistência desses sintomas após a interrupção do medicamento, uma vez que não existem estudos conclusivos sobre o assunto.


➡️ O medicamento não é recomendado para a calvície feminina. Nas mulheres, os resultados não são tão consistentes e o remédio não é seguro durante a gestação.


  • MINOXIDIL:


Como age: Ele prolonga a fase de crescimento do ciclo do cabelo e mexe com a circulação sanguínea ao redor dos folículos capilares, entregando mais oxigênio e nutrientes aos fios.

O medicamento NÃO vai fazer crescer de volta aquele cabelo que você já perdeu. Ele funciona mais como um botão de pausa.


Ele é recomendado para o tratamento tanto de homens quanto de mulheres. Ao contrário da finasterida, o minoxidil não está relacionado à impotência sexual.


🚨 Minoxidil oral: O medicamento não tem registro da Anvisa no Brasil para uso contra a calvície. O uso oral do minoxidil tem gerado preocupações em razão dos potenciais riscos cardíacos. Por esse motivo, a recomendação é que os pacientes busquem orientação médica adequada, evitando a automedicação.


💇‍♂️ O que funciona para alopecia areata, doença autoimune que provoca queda capilar:


  • BARICITINIBE (conhecido pelo nome comercial de Olumiant)


O medicamento é o primeiro tratamento sistemático para alopecia areata aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


Ele poderá ser administrado em pacientes adultos com o quadro grave da doença para o tratamento em todo o corpo, em vez de um local específico.


Como age: estudo chegou a comprovar pelo menos 80% de cobertura capilar do couro cabeludo em pacientes após 36 semanas de tratamento.


Preço: Já está disponível no mercado. Segundo a fabricante Eli Lilly do Brasil, a dosagem de 4 mg tem preço máximo ao consumidor (PMC) de R$ 5.648,25, sem impostos. Em farmácias on-line, porém, o preço de varejo do medicamento tende a ser mais caro.


10 mitos sobre calvície


1. Raspar a cabeça faz o cabelo cair mais rápido.


❌ Mito. O mito de que raspar a cabeça afeta o crescimento dos cabelos é um dos mais comuns, mas é infundado. Isso porque a raspagem não interfere no desenvolvimento dos folículos pilosos, estruturas da pele responsáveis por produzir cabelo.


Cortar ou raspar o cabelo só tira os fios da parte de cima, enquanto os folículos embaixo da pele permanecem intactos e continuam seu ciclo de crescimento normalmente.

Além disso, a calvície genética é caracterizada pela rarefação e diminuição dos folículos pilosos.

Um fator-chave relacionado a esse tipo de alopecia é a DHT (dihidrotestosterona), um hormônio sexual mais presente nos homens (veja infográfico abaixo), que estimula o desenvolvimento das características masculinas.


Esse hormônio tem o poder de encurtar o ciclo de vida dos cabelos em pessoas com predisposição genética para a calvície, ou seja, aquelas que têm familiares próximos com a doença, como pais ou avós. Isto é, não é a quantidade de DHT que interfere na sua calvície, mas sim essa predisposição.


No entanto, como ressalta Leonardo Abrucio Neto, dermatologista da BP – a Beneficência Portuguesa de São Paulo, é importante lembrar que um processo inflamatório intenso pode, sim, danificar a raiz do cabelo se essa raspagem for demasiada (com força), “acelerando o processo de alopecia”, criando áreas onde o cabelo não cresce mais.


2. Lavar o cabelo diariamente pode contribuir para o processo.


❌ Mito. A frequência adequada de lavagem do cabelo depende do tipo de couro cabeludo, e não interfere na quantidade de fios que perdemos rotineiramente.


Se o couro cabeludo for oleoso, é necessário lavar o cabelo com mais frequência, até mesmo diariamente.


Se esse tecido que recobre o crânio for seco, lavar o cabelo todos os dias pode não ser necessário e a lavagem a cada dois dias será suficiente.


“Estima-se que o normal seja perder aproximadamente 100 fios de cabelo por dia. O sinal de alerta é a pessoa perceber que está perdendo mais fios que o habitual”, diz Carolina Milanez, médica dermatologista do Hospital Heliópolis, em São Paulo.


3. Sempre usar um secador facilita a calvície.


❌ Mito. Na realidade, o uso frequente do secador de cabelo pode tornar os fios mais finos, mas não leva à calvície.


Por outro lado, usar o secador de cabelo em alta temperatura, especialmente próximo ao couro cabeludo, pode tornar os fios frágeis e, com o uso excessivo, danificar o cabelo e o couro cabeludo.


Portanto, é aconselhável usar o secador a uma distância segura (cerca de 15 cm), por menos tempo e em temperaturas mais baixas para evitar danos.


O que deve ser feito é evitar danos aos fios, evitando o calor excessivo e a tração durante a secagem. Portanto, o ideal é minimizar o uso do secador, protegendo os cabelos e, ocasionalmente, optando pelo ar frio ou deixando-os secar naturalmente.

— Paula Chagas, cosmetóloga


4. Usar boné faz o cabelo cair permanentemente.


❌ Mito. Usar boné não causa calvície e não há nenhuma evidência concreta neste sentido.


No entanto, conforme explica Abrucio Neto, o uso frequente de chapéus ou outros acessórios semelhantes pode aumentar a temperatura do couro cabeludo e agravar a dermatite seborreica, o que, por sua vez, pode tornar o tecido mais inflamado e contribuir um pouco para a queda de cabelo temporária.


Mas isso não tem relação alguma com a forma de queda de cabelos geneticamente determinada e permanente.


⚡ Agora, existem muitos outros tipos de queda que são temporários e podem ser desencadeados por várias razões, incluindo essas doenças dermatológicas, estresse e deficiências nutricionais, como no caso da alopecia areata, uma doença autoimune.


5. Homens calvos têm mais testosterona


❌ Mito. Homens calvos NÃO têm níveis mais elevados de testosterona.

A calvície está, de fato, relacionada à testosterona, mas aqui não é a quantidade produzida que importa e, sim, a sensibilidade do nosso corpo a ela.


A DHT, uma substância derivada da testosterona, desempenha um papel fundamental na perda de cabelo. Isso ocorre devido à ação de uma enzima conhecida como 5-alfa redutase, que converte a testosterona em DHT e resulta na diminuição dos folículos capilares.


E alguns homens têm uma predisposição que os torna mais sensíveis à DHT do que outros.

Na verdade, o que acontece é que o homem tem mais tendência genética a ter calvície porque o fio dele tem uma avidez maior pela testosterona. Então, o nível sérico (a concentração no sangue) da testosterona não muda nada.

— Violeta Tortelly, dermatologista do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)


Resumindo: embora a testosterona tenha um papel na calvície, a diferença entre calvos e não calvos não está na quantidade de testosterona produzida, mas, sim, na forma como a testosterona é recebida nos folículos capilares.


6. Mulheres nunca podem ser calvas


❌ Mito. A calvície NÃO é uma exclusividade dos homens, e algumas mulheres também podem experimentá-la.


No caso da alopecia androgenética, embora seja menos frequente em mulheres do que em homens, a conversão de testosterona em DHT ocorre em ambos os sexos, levando à perda de cabelo.


Além disso, existem outras formas de queda que afetam as mulheres, como a alopecia areata.

“As mulheres produzem uma menor quantidade de testosterona. Então, não ocorre a conversão da testosterona em di-hidrotestosterona, que é o hormônio que causa afinamento dos fios de cabelo. Portanto, a rarefação capilar na mulher é bem menor do que no homem, que apresenta maior produção do hormônio”, diz Abrucio Neto.


7. A calvície é transmitida geneticamente pela família da mãe


❌ Mito. Na verdade, a alopecia androgenética é autossômica e poligênica, o que significa que a condição pode ser transmitida tanto pela mãe quanto pelo pai.


Ou seja, a calvície é influenciada por diversos genes, que podem ser herdados de ambos os lados da família. Portanto, para avaliar suas chances de perda de cabelo, é importante considerar todos os parentes das famílias materna e paterna.


“Às vezes, a herança vem até mesmo dos avós, bisavós”, diz Milanez.

8. ‘Se ficou grisalho, não ficará calvo’


❌ Mito. Não há relação científica entre cabelos grisalhos e calvície. Ambos têm influência genética, mas cabelos grisalhos podem surgir mais cedo em situações de estresse, doenças do couro cabeludo (como alopecia areata), vitiligo e condições inflamatórias (como tireoidite). Maus hábitos, como alimentação inadequada e tabagismo, também podem desempenhar um papel.


9. Alguns alimentos podem impedir ou prevenir a calvície


❌ Mito. A alopecia androgenética é uma condição genética, e não existem alimentos que possam preveni-la. Embora uma dieta saudável possa contribuir para a saúde dos cabelos, ela não tem o poder de evitar a perda de cabelo de origem genética.


10. Shampoo antiqueda evita a calvície


❌ Mito. Aqui é importante entender que o shampoo tem uma função principal de limpar o couro cabeludo e os fios, e seu contato com a pele é bastante breve. Portanto, não há tempo suficiente para que ele penetre na pele e atue nas causas da queda de cabelo, que ocorrem no interior da pele. Consequentemente, shampoos antiqueda não são eficazes para combater a perda de cabelo.


Por isso, a dermatologista Carolina Milanez resume: “não há como prevenir a alopecia androgenética nem a alopecia areata. O melhor é procurar ajuda o quanto antes para ser acompanhado".


Fonte: G1

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