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Vacinas evitaram 20 milhões de mortes por Covid-19 em um ano de pandemia, calcula estudo



As vacinas da Covid-19 evitaram cerca de 20 milhões de mortes em um ano de pandemia, aponta uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (23) na revista "The Lancet Infectious Diseases", do grupo "The Lancet".


O estudo, um modelo matemático britânico, é o primeiro a calcular, em escala mundial, o impacto da vacinação na pandemia, inclusive considerando mortes diretas e indiretas evitadas.

Segundo o levantamento, 79% das mortes (cerca de 15,5 milhões) foram evitadas pela proteção direta contra sintomas graves proporcionada pela vacinação.

As outras 4,3 milhões de mortes foram evitadas pela proteção indireta – pela transmissão reduzida do vírus na população e a redução da carga sobre os sistemas de saúde, melhorando, assim, o acesso para quem mais precisava. "Não é possível medir diretamente quantas mortes teriam ocorrido sem a vacinação. A modelagem matemática oferece uma ferramenta útil para avaliar cenários alternativos, que não podemos observar diretamente na vida real", explicou Gregory Barnsley, pesquisador do Imperial College London e coautor do estudo. O modelo considerou o período entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021 – primeiro ano em que as vacinas ficaram disponíveis. Os dados foram analisados a partir de informações reunidas em 185 países sobre excesso de mortalidade. Barnsley também explicou que "quantificar o impacto que a vacinação causou globalmente é um desafio porque o acesso às vacinas varia entre os países, assim como nossa compreensão de quais variantes da Covid-19 foram circulando, com dados de sequência genética muito limitados disponíveis para muitos países". O modelo levou em conta, entre outros pontos, a variação nas taxas de vacinação entre os países, assim como as diferenças na eficácia das vacinas usadas em cada país. A China não foi incluída na análise devido ao tamanho de sua população e medidas de bloqueio muito rígidas – o que teria distorcido os achados. Acesso desigual Segundo o pesquisador Oliver Watson – também do Imperial College London e primeiro autor do estudo –, das quase 20 milhões de mortes evitadas, 7,5 milhões teriam ocorrido em países cobertos pela iniciativa Covax, da Organização Mundial de Saúde (OMS), para distribuir vacinas a países de baixa e média renda. "Essa iniciativa foi criada porque ficou claro desde o início que a equidade global da vacina seria a única saída para a pandemia", lembrou Watson. A pesquisa também aponta que outras quase 600 mil mortes poderiam ter sido evitadas se meta da OMS de vacinar 40% da população de todos os países com duas doses até o fim de 2021 tivesse sido alcançada.

A maior parte das mortes evitáveis ocorreu em 31 países da África – onde 132,7 mil mortes poderiam ter sido evitadas se a meta tivesse sido atingida. "Se as metas estabelecidas pela OMS tivessem sido alcançadas, estimamos que cerca de 1 em cada 5 das vidas perdidas estimadas devido à Covid-19 em países de baixa renda poderiam ter sido evitadas", afirmou Watson. Segundo o monitoramento do "Our World in Data", ligado à Universidade de Oxford, 67 países ou nações em todo o mundo ainda não haviam vacinado 40% da população até a última atualização. Desses, 18 não haviam vacinado nem 10%, 14 dos quais estavam na África.

A OMS também estabeleceu a meta de vacinar totalmente 70% da população mundial até meados deste ano. Enquanto alguns países, como o Brasil, já ultrapassaram esse percentual ou estão próximos – ao menos para as duas primeiras doses – 44 deles ainda têm percentuais entre 40% e 60%, conforme o levantamento de Oxford.

De acordo com o estudo britânico, mais de 3,5 milhões de mortes pela Covid foram registradas em todo o mundo desde que a primeira vacina contra a doença foi aplicada, em dezembro de 2020.


Fonte: G1

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