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Prefeitos do Entorno do DF não descartam lockdown para conter Covid-19


 
 

Os prefeitos do Entorno do Distrito Federal devem participar, nesta segunda-feira (22/2), de reunião com o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, para discutir o cenário da região, que está em situação de calamidade em 89 localidades, ou seja, na área vermelha de contágio do novo coronavírus. Já há variantes circulando nos municípios de Goiás que fazem fronteira com o DF.


Os chefes do Poder Executivo da região não descartam adotar lockdown — fechamento total das atividades não essenciais nos municípios, recomendado pelo Estado nesta situação –, mas vão discutir a adoção de medidas restritivas na tentativa de conter o avanço da Covid-19 no Entorno.


Ao Metrópoles, o prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB), informou que, no encontro desta segunda com Alexandrino, os gestores vão solicitar a intermediação do secretário com a pasta de Saúde do Distrito Federal, para que ações conjuntas sejam realizadas.


“Só em Valparaíso, cerca de 40 mil pessoas transitam diariamente no DF, então nós precisamos discutir ações conjuntas. Não adianta Valparaíso e o Entorno fecharem e Brasília continuar aberta, mas as restrições devem acontecer”, frisou Mossoró.


Ainda de acordo com o prefeito de Valparaíso, os gestores da região do Entorno devem formar uma comissão para análise e discussão das medidas a serem adotadas nos municípios.


“Precisamos de um consenso. As decisões precisam ser viáveis tanto para a região do Entorno quanto para o Distrito Federal”, pontuou.


Força-tarefa


Uma força-tarefa foi montada na manhã de sábado (20/2) para alertar e conscientizar a população de Luziânia (GO), cidade do Entorno do Distrito Federal, quanto ao alto índice de contaminação pelo novo coronavírus no município. A iniciativa teve a participação das secretarias municipais de Saúde e de Segurança Pública, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.


“Diante da sobrecarga dos serviços de saúde público e privado do município, e também do estado de Goiás, convocamos todas as pessoas a ficarem em casa e cumprirem todos os protocolos de prevenção e controle do combate à Covid-19”, dizia a mensagem propagada aos moradores em um carro de som.


Luziânia registrou número significativo de casos, e a preocupação aumenta com a circulação da variante do Reino Unido na região. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa foi confirmada como uma das mais transmissíveis e a que mais gera ocupação de leitos em hospitais, além de aumentar a mortalidade.


De acordo com informações da Prefeitura de Luziânia, por meio das redes sociais, a taxa de ocupação de leitos municipais destinados a pacientes de Covid-19, no sábado (20/2), era de 70%. Dos 30 leitos, 22 estão ocupados. Já para os leitos de enfermaria, a taxa é de 62% – dos 43 existentes, 27 estão preenchidos.


Situação crítica


Na semana passada, Alexandrino já havia destacado que, no momento, o mais importante é conseguir desacelerar a contaminação. “Sem dúvida, o Entorno Sul é algo que preocupa, por dois motivos: pela densidade demográfica, a segunda maior do estado, perdendo para a região metropolitana, e também pelo aspecto da sazonalidade em relação a Brasília. Do ponto de vista epidemiológico, a gente precisa frear a contaminação. Se um milhão de pessoas se contaminar ao mesmo tempo e, destas, 500 mil necessitarem de UTI, nenhum estado tem essa capacidade”, salientou.


Ainda de acordo com o secretário de Saúde de Goiás, o estado dispões de apenas duas unidades hospitalares na região do Entorno. Uma em Formosa, com 14 leitos, e outra em Luziânia, no Entorno Sul, com 30 leitos. “No mundo, a chance de mortalidade de quem vai para UTI por causa de Covid-19 é de 50% a 60%. Não adianta abrir leitos de UTI e cair na falsa ilusão de que abrir mais leitos está ok. Não se abre leitos de um dia para a noite. Quanto mais se contamina, mais chances de ter variantes diferentes, de ter mutação, de mais infecção e de não ter vacina suficiente”, reforçou Alexandrino.


Entorno


Para o presidente da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), Hildo Candango, a situação atual não está diferente da observada no início da pandemia.


Segundo ele, não adianta tomar medidas extremas no Entorno, enquanto Brasília tiver ações diferentes. Entre os problemas citados, Candango coloca o transporte coletivo como um dos principais. “O agravante é o transporte coletivo lotado”, disse.


A situação deve ser discutida em reunião entre prefeitos de municípios do Entorno com representantes do Ministério Público e com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), para decidir sobre as medidas a serem adotadas.


Fonte: Metrópoles

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