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Por que investir na ciência será fundamental para a área da saúde nos próximos 10 anos


 
 

A terceira década dos anos 2000 encerra com um recado claro: a vida humana é frágil. Encerramos 2020 com nomenclaturas que jamais imaginaríamos compreender com tanta facilidade: coronavírus, covid-19 e sars-cov-2. Esse vírus, comum aos morcegos, transformou-se num vilão digno dos filme de super-heróis. Só que os mocinhos não atendem por Mulher Maravilha ou Batman, na vida real são médicos, biomédicos, pesquisadores e cientistas. E é do trabalho dessas pessoas que a próxima década poderá ser ainda mais promissora na área da saúde.


As tecnologias que antes estavam apenas na investigação estão tomando a nossa realidade. Para o Dr. Asdrubal Falavigna, diretor da Área de Ciências da Vida da Universidade de Caxias do Sul (UCS), as inovações serão a tônica dos próximos anos e isso exigirá mudanças de atitudes dos profissionais que trabalham com a saúde. A telemedicina ganhou notoriedade com a pandemia e veio para ficar.


– Nós temos que abraçar esse tipo de tecnologia para o bem. Tem inúmeros grupos de pessoas que vamos ter de prestar o atendimento e com a telemedicina e o telemonitoramento dará um auxílio para chegarmos a todos. O desafio é saber usar a tecnologia na dose certa. Não perder a visão do todo, em relação ao humanismo. A gente precisa melhorar cada vez mais esse atendimento com a tecnologia – explica.


Outro avanço importantíssimo que o coronavírus trouxe foi na concepção dos imunizantes. A cooperação na comunidade científica em busca de uma solução para esta pandemia conseguiu aprovar um objeto de estudos investigado há décadas: vacinas com moléculas de RNA mensageiro. Uma pequena parte do DNA do Sars-Cov-2, injetada em uma célula, é capaz de produzir anticorpos no corpo humano e que impossibilitam a covid-19 evoluir para casos mais graves. Essa mesma resposta também cria grandes expectativas para outras patologias.


– Isso sem dúvidas causa um ganho imenso para a ciência. Ela (tecnologia) poderá ser aplicada para outras imunoterapias ou para tratamento de câncer. Daqui a pouco poderemos explorar uma forma de tratamento para doenças que ainda não temos um recurso ou ferramenta otimizada, além de testar essa tecnologia em outras vacinas – esclarece Mellanie Fontes-Dutra, biomédica e doutora em neurociências, que também coordena a Rede Análise COVID-19.

São avanços importantes para um futuro onde deveremos sofrer ainda mais com pandemias ou surtos promovidos por bactérias e outros micro-organismos.


– Essa é uma das grandes questões daqui para frente. A gente vê que elas (pandemias) surgem de vários fatores, mas principalmente por comportamentos como sociedade. Desmatar o habitat natural de animais que são reservas biológicas de vírus, bactérias e outros microrganismos, acaba aproximando da nossa sociedade. Isso pode gerar adaptações (nos micro-organismos) que colocam em risco a nossa espécie – complementa Mellanie.


O bem-estar humano depende da forma como nos adaptamos ao ambiente. É quase uma questão matemática: quanto mais os biomas se alteram, maiores os riscos. O comportamento humano dirá muito sobre a área da saúde na próxima década, mas o que o ano de 2020 nos coloca de lição é a importância da ciência. A evolução desse setor será fundamental para nossas vidas.


– A pesquisa é o que gera o progresso da ciência. Temos cada vez mais que olhar com atenção e investir bastante em pessoas talentosas, que têm conhecimento e sabem fazer pesquisas. Tem que dar condições para que desenvolvam inovações essenciais. Não podemos perder talentos para Estados Unidos e Canadá, temos que mantê-los aqui. Dar condições para essas pessoas trabalharem e darem a solução para o que a gente precisa no nosso país – finaliza Dr. Falavigna.


Fonte: GauchaZH

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