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Os cinco principais riscos à segurança do paciente na assistência ambulatorial

Falhas em exames complementares e questões com medicamentos são os riscos relacionados com a segurança do paciente mais comuns na assistência ambulatorial nos Estados Unidos, seguidos por quedas e questões de privacidade e segurança pessoal, de acordo com um novo relatório do ECRI Institute’s Patient Safety Organization.

O relatório Deep Dive: Safe Ambulatory Care, Strategies for Patient Safety and Risk Reduction traz um retrato dos principais desafios de segurança no ambiente ambulatorial e apresenta possíveis soluções.

“À medida que a assistência à saúde passa do ambiente hospitalar para o ambulatorial, pode ser desafiador coordenar o atendimento entre vários médicos, sistemas e instalações, aumentando o potencial de falhas que colocam os pacientes em risco”, disse em um comunicado de imprensa o Dr. Marcus Schabacker, Ph.D., médico, presidente e diretor executivo do ECRI Institute.

“Reduzir e eliminar eventos adversos no ambiente ambulatorial exigirá um esforço sem precedentes de colaboração e coordenação”, disse ele.

Falhas

O ECRI Institute analisou 4.355 eventos adversos notificados por consultórios médicos (56%), centros de assistência ambulatorial (30%) e centros comunitários de saúde (14%) de dezembro de 2017 a novembro de 2018.

Quase metade (47%) dos eventos consistiram em falhas em exames complementares, o que poderia resultar em ausência ou atraso de intervenções, levando a desfechos adversos ou fatais. As falhas em exames complementares também podem levar a duplicação de serviços, realização de exames desnecessários, insatisfação do paciente e de seus familiares e a ações judiciais.

Mais de dois terços (69%) dos eventos com exames complementares notificados ao ECRI Institute foram relacionados com exames laboratoriais e mais de um quinto (21%) com exames de imagem. Soluções para esses problemas incluem o fornecimento de instrumentos de apoio à decisão aos profissionais e processos de monitoramento para rastreamento e acompanhamento de exames.

Os próximos na lista foram os eventos de segurança no uso de medicamentos (27%), que geralmente resultam de uma série de falhas em um sistema e são relacionados com muitas pessoas, processos e sistemas, aponta o relatório.

Dois terços (67%) dos eventos relacionados com a segurança no uso de medicamentos caíram na categoria de falhas por “erro”; 34% foram falhas por erro do medicamento, 17% foram falhas por overdose de medicamentos e 16% foram falhas por erro de identificação do paciente. Outras falhas foram por administração do medicamento na hora errada, na velocidade errada ou na dose errada.

As falhas no uso de medicamentos são uma das principais causas de acusações de negligência médica na assistência ambulatorial, segundo o relatório. Algumas soluções são a implementação de procedimentos padronizados de gerenciamento do uso de medicamentos e a criação de uma política que indique como relatar e coordenar eventos de segurança.

Quedas, privacidade e riscos à segurança

O relatório também destaca o problema de quedas de pacientes na assistência ambulatorial. As quedas foram responsáveis por 14% dos eventos. Um terço (33%) das quedas analisadas pelo ECRI ocorreu na sala de exames e um quarto (25%) na sala de espera/consultório. Outro quarto (24%) ocorreu em ambiente externo, dentro da propriedade.

Algumas soluções são: triagem de risco de quedas e identificação proativa dos pacientes de alto risco. O relatório também recomenda uma sinalização no prontuário eletrônico do paciente, alertando o médico responsável pela prescrição de que o medicamento apresenta risco de queda.

O próximo item na lista de riscos à segurança do paciente em ambiente ambulatorial é a falta de entendimento sobre as regras de privacidade e segurança da Health Insurance Portability and Accountability Act (HIPAA); mais de 350 eventos relacionados com a HIPAA (8%) foram relatados ao ECRI Institute.

A maioria envolve a divulgação inadvertida de informações de saúde confidenciais dos pacientes. Esses eventos relacionados com a HIPAA não costumam ser notificados, porque a equipe não os reconhece como violações ou porque os incidentes são considerados insignificantes demais para serem notificados.

Os incidentes de segurança e proteção na assistência ambulatorial também apareceram na lista, em 5% dos eventos gerais. A grande maioria desses problemas foi associado a ameaças verbais ou a comportamento nocivo por parte dos pacientes ou visitantes. Algumas soluções são treinar a equipe sobre o que fazer durante um incidente violento e conduzir rondas mensais de segurança e vigilância.

As informações notificadas ao banco de dados de segurança do paciente do ECRI Institute foram fornecidas voluntariamente e são baseadas em relatos espontâneos da equipe, segundo a organização. É provável que muitos outros eventos abrangendo problemas na assistência ambulatorial tenham ocorrido durante o período da análise, mas não tenham sido reconhecidos ou relatados.

“Os dados deste relatório”, eles acrescentaram, “fornecem informações importantes, mas não representam a incidência ou a prevalência de eventos associados à assistência ambulatorial”.

Fonte: Medscape

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