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O fim da harmonização facial? Cresce o número de arrependidos que recorrem à desarmonização; entenda



Recentemente, os atores Stênio Garcia, 91 anos, e Dedé Santana, 86, foram alvo de assunto nas redes sociais após exibirem os rostos submetidos à harmonização facial. Muitos apontavam que o resultado ficou exagerado, artificial, outros defendiam afirmando que a crítica era fruto de preconceito com a idade. O fato é que o procedimento, que consiste em deixar os traços da face simétricos com pequenos ajustes nas bochechas, nariz, boca e rugas, teve nos últimos anos uma explosão de adeptos pouco vistas na área da estética nos últimos anos.

A disseminação fez com que surgissem casos exagerados, com resultado contrário ao proposto, extremamente artificial. Culpa tanto de mãos afoitas do profissional, que não respeita a anatomia do rosto individual, deixando a pele esticada ou inflada demais, sem feições, como do paciente com pedidos de rejuvenescimento extremado.

Pois agora, um novo movimento surge em meio a esse fenômeno: a desarmonização, que é nada mais, nada menos que retirar os excessos do processo de harmonização. A prática, apesar de nova, cresce na mesma expansão que os procedimentos de harmonização. Entre os famosos arrependidos, adeptos agora da desarmonização, estão a influenciadora digital Gkay, a atriz americana Courteney Cox, a ex-BBB e cantora Gabi Martins e o cantor Lucas Lucco.

— Os procedimentos de harmonização aumentaram muito depois da pandemia, porque além da moda criada em torno com os influenciadores digitais, as pessoas começaram a se ver mais, seja nas selfies ou nas videochamadas do home office. Aumentou também o número de pacientes que pedem transformações que não são compatíveis com o formato do rosto e profissionais que não são habilitados com o processo e injetam mais produtos do que a área tolera, o que resulta em um rosto mais inchado, sem feição e artificial — explica o cirurgião plástico facial, Yuri Moresco, chefe na Cirurgia Plástica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Hospital Oncopediatrico Erastinho. Como a desarmonização é feita? Enquanto a harmonização é um conjunto de procedimentos estéticos que têm como objetivo promover o alinhamento e correção de ângulos da face, promover o rejuvenescimento da pele e melhorar a simetria facial, portanto, a desarmonização tem como objetivo retirar esse processo que causou o inverso do objetivo da prática, ou seja, que não há harmonia e não condiz com o que é belo.

Os procedimentos de harmonização facial podem ser feitos com produtos temporários ou permanentes. Na maioria dos casos, os profissionais optam por fazer com os que duram alguns meses, o problema é que para muitos pacientes isso vira um círculo vicioso e ele precisa refazer o tratamento diversas vezes.

Entre os produtos mais utilizados estão o ácido hialurônico, toxina botulínica e fios de PDO. Dependendo do material, ele pode permanecer na face do paciente de 6 meses a 2 anos. Já entre as soluções permanentes estão os fios definitivos, silicone, principalmente para o malar e a mandíbula do paciente e os preenchedores de PMMA — que não são muito recomendados pelos médicos por conta dos altos riscos.

— A primeira recomendação que costumo dar é saber escolher o profissional. Precisa ser um que o paciente se identifique, que tenha a mesma linha do que é belo, e do que ele quer, se é algo mais natural ou artificial, por exemplo. E a segunda dica é fazer aos poucos, porque é menos provável que o paciente se arrependa ou que haja um erro médico para ser necessário fazer uma desarmonização. Quanto mais devagar e natural for feito mais satisfeito você vai ficar — diz Élida Moret, cirurgiã dentista e especialista em rejuvenescimento facial.

A desamonização, quando feita com ácido hialurônico, que ainda é o produto mais utilizado em casos de harmonização facial, é feita com um tipo de antídoto que atua contra a substância, chamada de hialuronidase, uma enzina que quebra as moléculas aplicadas.

Porém, há outros mecanismos tecnológicos usados para remover os exageros da harmonização, como o ultrassom microfocado, que consegue observar qual produto utilizado, a região em que ele está em excesso e a quantidade que deve ser retirada. Os médicos também costumam usar laser de gás carbônico para fazer a quebra dos produtos, além de câmeras hiperbáricas.

Segundo profissionais na área da estética, a primeira grande questão para a retirada de algum produto que tem como objetivo harmonizar o rosto de uma pessoa é que o profissional saiba exatamente onde está localizado e a quantidade daquele material preenchedor, para poder remover com segurança o preenchimento.

— Durante o processo de desarmonizacão podemos reavaliar a quantidade de volume do material, as proporções faciais, se o visagismo do paciente foi alterado ou se a saúde foi comprometida. As pessoas estão buscando a naturalidade, o envelhecimento com saúde e atratividade sem riscos ou dismorfias. O natural é belo — afirma a cirurgiã dentista especializada em orofacial e coordenadora da Harmonyface cursos, Dany Moura. Riscos Colocar ou retirar preenchedores em qualquer parte do corpo gera alguns riscos. O principal deles é a deformidade daquela região. Que vai depender de alguns pontos, por exemplo, o tempo que aquela substância está localizada no corpo do paciente, a quantidade do preenchedor e se a pele da pessoa tem uma boa elasticidade.

Entre os principais perigos estão: obstrução do fluxo sanguíneo no local da aplicação, necrose da pele, deformação do rosto e infecções generalizadas. Tanto a harmonização, quanto a desarmonização, são contraindicados para pessoas que tem alergia aos produtos usados ou componentes da fórmula. Bem como, gestantes e lactantes por não ter estudos suficientes que comprovem a segurança para esses grupos.

Pessoas com doenças autoimunes ou que estejam com lesões ativas no lugar da aplicação também não devem ser submetidas ao procedimento. Caso haja uma gripe, resfriado, ou infecções, deve-se aguardar melhorar o quadro de saúde. Além, é claro, de problemas emocionais, devido a mudanças em sua própria imagem. Outros casos A influenciadora digital, Gkay, foi uma das celebridades mais recentes que optou por fazer uma desarmonização no rosto. Ela retirou o procedimento que havia feito nos lábios e na região do malar para “harmonizar o rosto de maneira correta”, segundo a própria artista.

A atriz americana Courteney Cox, que deu vida ao papel da Mônica no seriado Friends, também decidiu ficar com os traços do rosto mais naturais. Após fazer alguns procedimentos estéticos e harmonizações no rosto durante anos, Cox decidiu parar de fazer intervenções e ter um envelhecimento mais bonito.

“Tentei perseguir essa juventude por anos e não percebi que estava realmente parecendo muito estranha com injeções e fazendo coisas no meu rosto que eu nunca faria agora”, explicou em entrevista à revista britânica “Sunday Times Style”.

Outros casos de artistas brasileiros que não gostaram do resultado final de suas harmonizações e decidiram retirar o processo foram a cantora e ex-BBB Gabi Martins que na época fez boca, preenchimento na olheira, na bochecha e no queixo. “Vi que tinha exagerado e comecei a retirar. Hoje me sinto mais natural e feliz”, disse em entrevista ao programa da Globo, Encontro.

O cantor Lucas Lucco também fez algumas intervenções no rosto e decidiu retirar. "Acabei não gostando e a gente tirou 100% do produto que tinha. Comecei a me reconhecer mais, a gostar mais da minha aparência. Estou muito satisfeito, consegui voltar com minhas expressões normais", relatou em seu perfil no Instagram.


Fonte: O Globo

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