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Mulher que teve parto aos 7 meses de gestação devido à Covid recebe alta após 74 dias internada


 
 

Vivendo um momento intenso de gratidão, a biomédica Alice Rodrigues, de 24 anos, voltou para casa nessa sexta-feira (4) após passar por um parto de emergência e ficar 74 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto Socorro de Rio Branco e comemora o retorno.


“Sou muito grata. Tantas pessoas tiveram a vida ceifada, mas Deus ouviu a oração dos meus amigos, da minha família e de todas as pessoas que oraram intercedendo. Porque para a própria equipe médica, meu caso foi um divisor de água, minha chance de sobreviver era mínima, mas para Deus nada é impossível. Minha alta foi muito esperada”, contou Alice que agora se recupera em casa ao lado da filha e do marido.

Alice contraiu Covid-19 no momento em que o Acre vivia um colapso no sistema de saúde.


Grávida de sete meses, ela chegou a ser intubada em um leito normal na Maternidade Bárbara Heliodora enquanto esperava por uma vaga de UTI no PS.

No dia 27 de março, ela conseguiu uma vaga e foi levada ao PS. Três dias depois, passou por um parto de emergência e nasceu a primeira filha dela e do marido Snalley Abreu, no dia 30 de março, a pequena Maria Helena. Mesmo internada na UTI, a biomédica ainda viveu um momento de emoção quando conheceu a filha, depois de um mês de nascida, na frente do hospital. ‘Foi como nascer de novo’ Depois de mais de dois meses internada na UTI, Alice diz que foi um momento marcante poder voltar para casa e a família.

“Foi como nascer de novo. Pude estar com a minha filha e a minha família. Então, é um sentimento de gratidão. Muitos entram naquele lugar e não sobreviveram para abraçar a família. É um milagre porque a chance era mínima”, conta.

A biomédica chegou a ter 100% dos pulmões comprometidos e respirar apenas por conta de aparelhos, teve um edema pulmonar, e adquiriu duas bactérias hospitalares.

“Tive a neném intubada, ela tinha acabado de completar sete meses, ainda ficou intubada por dois dias. E eu, por mais que eu não tivesse mais com o vírus, estava sendo tratada pelas consequências que ela deixou”, relembra. Desafio Para o marido dela, Snalley Abreu que viveu o drama enquanto esperava pela melhora da esposa, a alta dela foi motivo de festa.

"Tenho que admitir que não foi fácil, passava o dia trabalhando, à tarde ia para o hospital e à noite passava com minha filha. Me dividi nestas três tarefas nesse tempo todo e ainda tinha as tarefas de casa", relembra da aflição.

Ele relata os momentos que passou e fala que quando soube da notícia que Alice sairia do hospital, se emocionou.

"Chorei tanto, me emocionei, fiquei ansioso porque foram mais de 70 dias com ela longe de casa, da nossa filha que era um sonho nosso, de ter nossa família. Deus permitiu e estamos felizes por ter a família em casa. Foram momentos de altos e baixos devido a Covid. Hoje, ela está viva pela graça de Deus", comemora. Recuperação Depois do longo período internada, a jovem voltou para casa e se recupera ao lado do marido e da filha.

“Respirar ainda é um pouco cansativo, meu pulmão está com várias cicatrizes, preciso de fisioterapia para fortalecer a musculatura, tanto para voltar a andar, como a pulmonar”, conta. Para andar, ela precisa de ajuda de alguém devido enfraquecimento da musculatura por efeito das medicações que precisou tomar e ao tempo de internação. Filha nos braços Após apenas um encontro em frente ao hospital, Alice ainda não pode cuidar da filha e precisa do auxílio do marido e da mãe, mas garante que estar perto torna tudo mais fácil.

“Toda mãe quando engravida sonha com cuidar e eu queria muito que isso acontecesse e, finalmente, ter ela por perto é muito gratificante, dá a sensação de que valeu a pena, que tenho a oportunidade de ver ela crescer e cuidar dela. Por mais que agora no momento, quem está cuidando dela é minha mãe e meu esposo, mas, só de estar casa e perto da família ajuda bastante”, ressalta.


Fonte: G1

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