A diabetes é uma doença crônica provocada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue. Ela surge quando não há ou ocorre um defeito na produção de insulina, o hormônio que é responsável por quebrar as moléculas de açúcar e transformá-las em energia para o corpo.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a doença afeta cerca de 16,8 milhões de adultos com idades entre 20 a 79 anos no Brasil.
A endocrinologista Luana Ramaldes explica que existem dois tipos de diabetes. O tipo 1 (DM1) se caracteriza pela deficiência completa de insulina e acomete, principalmente, crianças e adolescentes. O tipo 2 afeta principalmente pessoas mais velhas e está associado à obesidade e ao sedentarismo.
“A diabetes tipo 1 surge quando o organismo começa a produzir anticorpos contra a célula que produz a insulina, a célula beta. Nas pessoas jovens, é preciso fazer o controle rigoroso, com boa orientação sobre a rotina alimentar. As dietas devem evitar o açúcar, os carboidratos simples, os doces e refrigerantes. O paciente também deve manter o uso correto da aplicação de insulina”, afirma a médica.
“Foi um choque”
A estudante de biomedicina Yamoni Sartori, de 21 anos, recebeu o diagnóstico da diabetes tipo 1 aos 18 anos. Ela lembra que ficou muito assustada com o resultado e lamentou ter que deixar de lado alimentos dos quais gostava desde pequena.
“No começo, foi um choque porque desde criança sou apaixonada por doces. Descobri muito de repente: estava me sentindo sonolenta e o médico pediu um exame de hemoglobina glicada. Dali passei por quatro médicos diferentes e todos recomendaram começar a tomar insulina. No início, me recusei a acreditar e não queria seguir as recomendações”, conta a jovem.
Yamoni relata que ainda tem dificuldade para se alimentar adequadamente, apesar de sempre ter buscado comer bem. “Hoje em dia tem como viver bem com a DM1, mas a medicação, os alimentos diet e o sensor para medir a glicemia ainda têm um custo alto. É uma doença silenciosa, que exige disciplina, você tem que aprender a controlar do melhor jeito”, comenta a paciente que, recentemente, descobriu outra doença auto-imune.
Yamoni toma insulina quatro vezes ao longo do dia: uma aplicação pela manhã e três antes das principais refeições. “Tive que aprender a me adaptar. Uso um sensor para medir minha glicemia, o que é uma “mão na roda”. Mas como ele é muito caro, agora só estou usando a agulha mesmo”, conta a estudante.
A jovem entende que precisa melhorar a constância com a qual faz exercícios físicos, e diz que está tentando fazer isso. Ela tem uma rotina normal de estudos e trabalho, mas precisa realizar exames e receber acompanhamento médico com maior frequência. As consultas com endocrinologista e os testes de hemoglobina glicada são realizados a cada dois meses.
Atenção constante
Se a diabetes tipo 1 não for tratada corretamente, a doença pode desencadear lesões renais, infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e risco de cegueira. Há também a possibilidade de amputações. Por isso, crianças e adolescentes diabéticos precisam de um acompanhamento tão rigoroso quanto os adultos.
“A alimentação é o ponto-chave quando se trata dos cuidados necessários para controlar a diabetes. Quando se é jovem, a doença vai exigir adaptações e responsabilidade com o controle glicêmico por muito tempo. É uma necessidade e não uma escolha”, aponta a endocrinologista Luana Ramaldes.
Sintomas e diagnóstico
Os principais sintomas de diabetes tipo 1 são:
Visão embaçada;
Sede e fome intensas;
Vontade constante de urinar;
Confusão mental;
Fraqueza;
Dor de cabeça.
O diagnóstico da diabetes é feito após a realização de exames de sangue, que medem a glicemia durante o jejum, a hemoglobina glicada e a curva glicêmica. Os testes são feitos em laboratórios.
Fonte: Metrópoles
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