O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta sexta-feira (2), seis pessoas pelas agressões contra uma médica que reclamou de uma festa no Grajaú, na Zona Norte do Rio.
O episódio foi em maio, terceiro mês da quarentena provocada pela pandemia de Covid-19.
Os seis vão responder pelo crime de lesão corporal grave, que prevê até cinco anos de prisão. A Justiça tem cinco dias para decidir se aceita ou não a denúncia.
Foram denunciados pela agressão contra a médica Ticyana D’Azambujja:
Rafael Martins Presta;
Rafael Del Giudice Ferreira;
Rodrigo Lima Pereira;
Luis Claudio dos Santos;
Luiz Eduardo dos Santos Salgueiro;
Ester Mendes de Araujo.
"O que me causa espanto é que essa briga, essa agressão covarde, pela superioridade numérica, pela quantidade de pessoas contra uma mulher, durou tanto. Essas agressões duraram aproximadamente 10 minutos”, disse o promotor do caso, Sauvei Lai, responsável pela denúncia. Relembre o incidente No dia 30 de maio, depois de um plantão de 24 horas no hospital, a médica voltou para casa e deparou com uma festa numa casa vizinha. Sem conseguir dormir, Ticyana foi reclamar e afirmou não ter sido atendida.
Depois de uma discussão, Ticyana quebrou os vidros e o retrovisor do carro de um dos frequentadores da festa. Logo depois, ela começou a ser perseguida e acabou espancada pelo grupo.
Na denúncia, obtida com exclusividade pelo RJ1, o promotor detalha os ferimentos. "Os denunciados arrastaram a vítima pela via pública. Rafael Presta apertou com força seu pescoço, fazendo com que perdesse os sentidos. Enquanto a vítima estava caída no chão, os denunciados permaneceram ao seu lado, imobilizando-a". Em outro momento, o promotor narra que a vítima foi arremessada ao chão por Rafael Presta, "momento em que ela bateu com os joelhos e teve uma das mãos pisoteadas". Carro de luxo Um dos denunciados, Luiz Eduardo Salgueiro, é sargento do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Foi dele o carro de luxo quebrado por Ticyana.
Segundo o promotor, o valor do carro, avaliado em R$ 200 mil, chamou a atenção: "Já houve ofício à Corregedoria da PM para apurar essa evolução patrimonial, digamos, no mínimo, surpreendente, e eu tenho ciência de que ele já prestou informações e justificativas", disse Sauvei.
A PM disse que Salgueiro continua afastado das ruas, e que a investigação na Corregedoria está em andamento.
O RJ1 não conseguiu localizar as defesas dos citados na reportagem.
Fonte: G1