Um garoto de 3 anos, natural da Bahia, morreu nessa terça-feira (06) após passar um ano com um prego no pulmão. A fatalidade reacendeu a preocupação que os responsáveis devem ter com as atividades não supervisionadas das crianças, ainda mais durante o período de férias escolares.
A paramédica Priscila Currie aponta que a maior parte dos acidentes acontecem em casa porque as pessoas estão mais relaxadas, com a sensação de estar um ambiente seguro. Por isso, é comum diminuir a supervisão ou deixar a criança sozinha em outro cômodo, duas circunstâncias que propiciam o acontecimento de situações que passam despercebidas aos responsáveis, como levar um objeto inadequado à boca ou ao nariz. "É preciso lembrar que engolir e aspirar são coisas completamente diferentes. Ao engolir, o destino final é o estômago. Aspirar significa que vai para o pulmão. É preciso levar a criança ao pronto-socorro para ver como o objeto está se movendo dentro do corpo. Às vezes é necessária uma cirurgia para a retirada e, outras vezes, o paciente somente fica em observação até o corpo expelir naturalmente (no caso de objetos engolidos, que sairão pelas fezes)", explica a paramédica. "A maioria dos acidentes envolve a ingestão de produtos químicos, principalmente aqueles acondicionados em garrafas pet de refrigerante reutilizadas para acondicionar as substâncias. Além disso, muitas crianças também ingerem remédios controlados, achando que se tratam de balinhas", diz Marcelo Otsuka, infectologista pediátrico. Priscila ressalta que em hipótese alguma é adequado provocar o vômito, uma vez o esôfago, garganta e boca vão ficar ainda mais machucados. Essa manobra não é capaz de evitar a absorção das substâncias tóxicas e pode agravar o quadro caso o vômito seja aspirado.
Em ambas as situações é preciso procurar atendimento médico com urgência, de preferência levando a embalagem do que foi ingerido. Muitas vezes se tratam de produtos caseiros, colocados em recipientes inadequados e sem rótulos, o que dificulta uma abordagem precisa por parte da equipe médica.
O pediatra destaca que é primordial controlar o ambiente, restringindo o acesso a locais que oferecem risco de queda, bem como a compartimentos onde substâncias nocivas para a saúde ficam guardadas. "A criança não faz nada escondido, apenas no momento oportuno, quando há acesso", ressalta o médico.
Brinquedos que se soltam, que possuem pilhas ou partes pequenas também merecem a atenção dos pais. "Um brinquedo indicado para uma criança de cinco anos não pode ser deixado com uma de dois. Também existem muitos brinquedos falsificados. Se certifique de que ele é seguro e de qualidade", diz Priscila.
Em se tratando de quedas, escadas, portões e permitir que a criança durma em uma cama que não é a dela estão entre as circunstâncias mais corriqueiras que podem ocasionar acidentes graves, em geral, quedas com fratura craniana. "Manter produtos em armários altos, instalar portões em escadas e colocar um colchão no chão são as melhores maneiras de evitar que acidentes ocorram", ensina o pediatra. "Cuidados com o domicílio são fundamentais para prevenir."
Fonte: G1
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