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Ministério da Saúde afirma que vacinação, apesar de não obrigatória, será incentivada



O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou nesta quarta-feira que uma futura vacina para a Covid-19 "não é obrigatória", mas ressaltou que o governo irá incentivar a imunização como "um grande instrumento" para a volta da sociedade à normalidade. Ele fez as declarações durante a parte de "considerações finais" de uma coletiva de imprensa realizada de forma virtual em Brasília.


O tema da recusa à vacinação veio à tona ontem, após a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) reproduzir, em uma peça publicitária nas redes sociais, uma fala do presidente Jair Bolsonaro de que "ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina". As perguntas da imprensa sobre o episódio não foram lidas na coletiva da Saúde. Franco, sem citar o presidente e de forma breve, falou do assunto:


— Como nós temos agido até o momento, e assim continuaremos, incentivaremos a vacina para imunização da população. Caso contrário, poderemos ter o risco da volta de doenças que já haviam sido erradicadas do país, como aconteceu com o sarampo recentemente. Mas lembramos também que a vacina, ela não é obrigatória, mas vai ser um grande instrumento para que voltemos à nossa normalidade dentro da sociedade, dentro da capacidade produtiva, dentro da educação — afirmou Franco.


Bolsonaro deu a declaração, na última segunda-feira, a uma apoiadora que pediu a ele para proibir a vacina contra Covid-19 no país, por considerá-la "perigosa", já que, segundo ela, "em menos de 14 anos, ninguém pode colocar uma vacina no mercado". Bolsonaro então falou que ninguém pode ser obrigado a se imunizar a a frase foi parar numa peça da Secom nas redes sociais. A declaração gerou críticas e antagoniza com lei sancionada pelo próprio presidente que coloca como possibilidade a vacinação compulsória para conter o avanço da Covid-19. Desde então, membros do governo, como o vice-presidente Hamilton Mourão, tem tentado minimizar o alcance negativo da declaração propagandeada pela Secom.

Franco afirmou que a previsão é que em janeiro de 2021 a população brasileira comece a ser imunizada.


— Entregas (da vacina) em dezembro, iniciando a imunização, se tudo der certo, conforme se está comprovando que vai dar certo, essa imunização começa a partir de janeiro de acordo com o planejado. Com a disponibilização do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo),  o envase, e a preparação da vacina feita pela Fiocruz.


Inicialmente, a contratação da AstraZeneca, que produzirá a vacina de Oxford, prevê 100,4 milhões de doses. De acordo com Franco, com a absorção da tecnologia, a Fiocruz será capaz de produzir de 30 a 40 milhões de doses por mês, o que será suficiente para imunizar a população ainda que haja demanda por uma segunda dose.


— Mesmo que haja necessidade de segunda dose, teremos condições de até meados do segundo semestre de 2021 estarmos aplicando para reforçar essa primeira dose da população brasileira com essa cobertura vacinal. Não há previsão de vacinar 100% da população, isso não é normal. E sim (vacinar) grupos de risco, profissionais de saúde, segurança, os que estão na linha de frente, pessoas com comorbidade.


O Ministério anunciou ainda uma portaria que será publicada em breve para repasse de R$ 369 milhões a municípios e ao Distrito Federal para ações de rastreamento e monitoramento de contatos de casos de Covid-19. A ideia é dar um reforço financeiro para que haja uma integração das ações de vigilância, com identificação precoce de pessoas que tiveram contato com casos confirmados.


Segundo a pasta, essa medida é importante para interromper a cadeia de transmissão e reduzir o contágio, especialmente quando se analisa uma queda nos números da doença em grande parte do país. O ministério não detalhou, porém, de que forma os trabalhos serão feitos, se há metas ou procedimentos específicos para fazer o monitoramento. Informou que a portaria vai prever o repasse em parcela única de R$ 6 mil por profissionalque atuar na ação de rastreamento.


Fonte: O Globo

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