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Irmãos da área de saúde morrem com 2 meses de intervalo com coronavírus



Dois irmãos que atuavam na área de saúde em Cubatão (SP) morreram infectados pela Covid-19 com dois meses de diferença. José Luiz de Souza tinha 67 anos e era técnico de enfermagem. Já o irmão, Paulo Luiz de Souza, de 70 anos, fazia parte do Conselho Municipal de Saúde.


Ambos eram muito queridos nos locais que trabalhavam e receberam diversas homenagens de amigos de profissão. José faleceu no dia 25 de abril e Paulo veio a óbito na madrugada desta segunda-feira (22). Os dois dedicaram anos de suas vidas a proporcionar saúde para população, mesmo que em profissões diferentes.

O ex-presidente do Conselho Municipal de Saúde de Cubatão Alessandro Oliveira afirma que Paulo era uma pessoa que lutou por mais de 20 anos pelos direitos da população com relação ao acesso à saúde de qualidade. "Uma grande perda para nós. Era um conhecedor nato do SUS, que só fez o bem. A sua história foi voltada a militância na política de saúde", diz.

Seu irmão, José Luiz, atuava há mais de 40 anos no Pronto Socorro de Cubatão. Ele chegou a receber uma homenagem da técnica de enfermagem Neide Gonzaga Mantovani, de 59 anos, que fez uma transmissão ao vivo em frente ao cemitério da cidade no dia do sepultamento do colega. O objetivo foi reunir conhecidos do profissional que não puderem participar do velório devido ao procedimento ter de ser realizado com número reduzido de familiares. "Após um mês que o José Luiz faleceu, o Paulo foi internado, no dia 25 de maio. Os dois tiveram sintomas fortes da doença e precisaram ser entubados. O Zé Luiz foi internado na Santa Casa de Santos, ele ficou oito dias internado, mas não resistiu. A doença avançou muito rápido", diz a pensionista Janete Maria Souza dos Anjos , de 73 anos.

De acordo com a irmã, Paulo ficou internado quase um mês no Hospital de Cubatão. Ele ficou na enfermaria e foi entubado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) duas vezes, mas não resistiu e teve um infarto.

"A morte do José Luiz, que estava sempre aqui comigo, foi a maior perda da minha vida. Foi a pior coisa que me aconteceu. O Paulo, que sempre trabalhava muito e corria atrás dos direitos da população menos favorecida, também foi uma perda muito difícil. Ele sempre gostou de lutar contra as injustiças. Ele era conhecido por todos. Não existia ninguém igual a ele, que ajudava todo mundo por amar mesmo fazer isso. Eles sempre me ligavam para falar sobre tudo. Eram homens de bem, trabalhadores", diz.

Para ela, a doença exige muita conscientização da população e, principalmente, dos governantes, que devem tomar as medidas que forem necessárias para diminuir o impacto do vírus. "Nunca pensamos que isso atingiria duas pessoas da nossa família. Estamos todos abalados com as perdas. Ninguém conseguiu se despedir. Estamos com muito medo e aflitos, sem saber qual direção vamos tomar. Tememos ter que enterrar mais alguém. Não quero mais isso, é muito dolorido. Éramos seis irmãos, agora somos quatro", finaliza.

Fonte: G1

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