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Insatisfação com a saúde abre espaço para as healthtechs no Brasil

A plataforma brasileira Cuidas nasceu a partir da percepção de seus criadores de que a área da saúde é uma das mais promissoras no País. e também uma das que mais precisam de melhorias.“Pensamos em qual problema poderíamos solucionar de forma social e financeiramente sustentável, e identificamos que a área da saúde era a que mais oferecia desafios”,conta Matheus Silva, um dos três fundadores da startup.

A avaliação dele e dos sócios Deborah Alves e João Henrique Vogel ganhou reforço diante de uma pesquisa da consultoria McKinsey feita com 5 mil brasileiros apontando que a maior insatisfação da população era com a área da saúde. Mesmo com um sistema de assistência de saúde universal e gratuita, ainda há muitas falhas e principalmente, muita desigualdade no acesso e na qualidade do atendimento no País. Os desafios atuais, aliados às mudanças sociais,ao envelhecimento da população e à evolução tecnológica, criam uma variedade de oportunidades de negócios nesse segmento e é aí que ganham espaço as chamadas healthtechs, as startups voltadas para a saúde.

No caso da Cuidas, o foco são os cuidados primários. É uma solução para empresas, mas não é um plano de saúde e tampouco possui clínicas, laboratórios ou hospitais. É uma plataforma que coloca à disposição dos funcionários da empresa contratante uma equipe de médicos e enfermeiros para atendimento básico de queixas, no local de trabalho,e ao mesmo tempo, atua na gestão da saúde básica dos participantes. “Conseguimos absorver mais de 80% dos primeiros cuidados da saúde”, conta Silva.

Isso significa que dores de cabeça, dores nas costas ou algum mal-estar simples não chegam até o atendimento de urgência e emergência,como geralmente ocorre, impactando o sistema e aumentando o custo desse serviço de saúde, seja no setor público ou no privado.

Potencial

Apesar de algumas limitações, como a questão regulatória, Silva vê o setor de saúde com bastante espaço para empreender, já que, segundo ele, ainda é uma área conservadora e carente de inovações.“Dá para fazer mais, de forma mais eficaz e eficiente e com mais economia. O uso da tecnologia nos processos ainda é limitado. Hoje, no Brasil, 70% dos dados médicos ainda estão em papel”, afirma Silva.

O consultor de negócios do Sebrae-SP Guilherme Arradi reforça essa avaliação. “Tecnologias cada vez mais acessíveis estão ampliando o leque de possibilidades de transformar a indústria da saúde”, diz. Não por acaso, o Hospital das Clínicas em São Paulo, maior complexo hospitalar da América Latina, acaba de abrir um centro de inovação para startups que queiram se dedicar ao tema, o Distrito Inova HC.

Dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) apontam que muitos empreendedores entenderam o potencial que inovar na área de saúde oferece. O número de healthtechs associadas quase dobrou entre 2015 e meados de 2019, passando de 235 para 406.

Arradi destaca que no último ranking de transformação digital da consultoria McKinsey, a área da saúde aparece entre os setores ainda pouco impactados e mostra um mercado extremamente promissor, o que chama a atenção também dos investidores.

Fonte: Revista Exame

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