top of page

Empresária cria adesivo de mamilo para mulheres que perderam seio para o câncer de mama



Uma empresária do Rio de Janeiro usou o período da pandemia para aperfeiçoar ainda mais o tratamento que fazia em clientes que queriam reconstruir o mamilo/auréola do seio perdido durante o tratamento contra o câncer de mama.


Como não podia ir à clínica em que atendia, Luciana Rodrigues, a Lu, desenvolveu um adesivo que podia ser aplicado pela própria cliente, e que tem duração de até 7 dias.

“Como as pessoas não podiam ir até a clínica para micropigmentar a auréola, pensei em um jeito de ajudá-las. Comecei pensando naquelas tatuagens de chiclete, que a gente esfregava e transferia para a pele. Fiz vários testes até chegar em um resultado bom, acertei a cor para ficar natural, na transferência", conta. "Me inspirei ainda nos adesivos que os atletas de triatlo usam e que são resistentes ao suor e à água e consegui um resultado que dura 7 dias na pele”, acrescenta Lu, que é uma das pioneiras da técnica de micropigmentação voltada para a saúde e beleza. Tratamento não invasivo Além da solução para a pandemia, Lu afirma que chegou a uma solução para mulheres que ainda não podiam pigmentar, já que é uma ação invasiva. “Logo após a mastectomia (retirada parcial ou total da mama), muitas mulheres têm que esperar até um ano e meio para serem liberadas pelos médicos para tentar reconstruir sua autoestima. Na verdade, muitas ficam tão gratas por terem sobrevivido ao câncer que nem pensam nisso. Mas perder a mama mexe demais com a autoestima delas, e o adesivo é um jeito de devolver um pouco disso”, conta ela, salientando que, até para a aplicação do adesivo pede liberação médica. Luciana conta que, nesse ciclo entre se ver viva e tentar reconstruir o corpo, as mulheres que chegam até ela contam que param de tirar a roupa na frente dos maridos, têm vergonha de trocar de roupa na frente de outras pessoas e dificuldade para experimentar peças na hora de comprar algo.

“Elas vão se fechando, mas, ao reconstruir a mama, recuperam um pouco da alegria. Tive uma cliente de 80 anos que refez e depois voltou dizendo que voltou a mostrar os seios para o marido, que agora iria fazer topless”, lembra rindo. Empresária montou instituto Tantas histórias de resgate de autoestima ao longo de mais de 20 anos de trabalho com micropigmentação estética e também voltada para a saúde — com cobertura de queimaduras, alopecia e reconstrução de seios —, inspiraram Luciana a fundar o Instituto Living Sculpture. O local é voltado para ajudar pessoas que sofrem com questões de saúde, mas não têm acesso a esse tipo de tratamento. “O instituto tem 5 anos e trabalha em duas frentes: dando acesso à micropigmentação para quem precisa e não pode pagar, e na transferência da técnica para profissionais que queiram aprender e também doar. O ‘pagamento’ para quem quer aprender é esse: se comprometer em doar algumas sessões, seja no instituto, seja nas suas cidades de origem, e continuar o ciclo de solidariedade”, diz.

Ela também disponibiliza os adesivos de mamilo no Living Sculpture e está com ação no mês de outubro, dedicado à conscientização para a prevenção do câncer de mama.

Para quem precisa da doação, Lu pede apenas que a pessoa procure as redes sociais do instituto e comprove a renda mostrando que não pode pagar pelo serviço.

“O sorriso e a alegria de uma pessoa que recupera sua autoestima após reconstruir seus seios, ou outra parte do corpo afetado por uma questão de saúde, não tem preço”, diz.


Fonte: G1

21 visualizações0 comentário
bottom of page