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Defensores de remédios ineficazes contra Covid conseguem mais interações no Twitter com menos perfis


 
 

Defensores de remédios ineficazes contra Covid conseguiram mais interações no Twitter com menos perfis, em comparação com médicos, cientistas e outros grupos que repudiaram essas afirmações, concluiu um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).


A Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) coletou 3,3 milhões de posts na plataforma entre 1º de maio e 30 de junho deste ano. Foram avaliadas publicações que buscaram apelar à ciência para argumentar sobre a Covid, contendo mensagens sobre adesão ou crítica a medidas protetivas, aplicação ou não de vacinas e grau de periculosidade do vírus, entre outros temas.

O montante foi dividido em 4 grupos. O que mais obteve interações (menções, respostas e retuítes) na rede social, segundo o DAPP, foi aquele composto por usuários alinhados ao campo da direita conservadora e que defenderam remédios ineficazes para o tratamento da doença.

O link mais duradouro observado em todo o estudo tinha este tema e circulou por 159 dias. O tempo de vida médio dos links em circulação sobre o assunto é de 100 horas, segundo a pesquisa. Neste grupo, a média subiu para 250 horas. O grupo não era, no entanto, o que reunia mais contas entre os 4 analisados, sendo responsável por 21,5% dos perfis envolvidos na pesquisa. Mas obteve até 150% mais interações do que os outros. O relatório apontou ainda que, entre os 10 links mais duradouros avaliados no estudo, somente os posts de usuários que defendiam os remédios ineficazes contra Covid continham URLs controversas "e que propagam pseudociência". São sites anônimos que são alvos recorrentes de desmentidos e invalidados pela comunidade científica, observou a FGV.

O maior número de perfis analisados (29,6%) era do grupo composto por profissionais de saúde, cientistas e autoridades sanitárias, que destacaram a falta de comprovação desses tratamentos. Mas eles conseguiram ser apenas o terceiro grupo com mais interações entre os avaliados.

A segunda melhor performance em termos de interatividade foi a do grupo formado, segundo a FGV, pelo campo da esquerda, com críticas dirigidas ao governo federal, que respondeu por 24,9% dos perfis.

Em quarto ficou o grupo dos epidemiologistas, jornalistas e associações de infectologia, com posts também críticos à condução da pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro. Eles reuniram 9,5% dos perfis analisados na pesquisa.


Fonte: G1

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