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Conselho de Medicina vai denunciar “Doutor Bumbum” por exercício ilegal da profissão

Réu por homicídio doloso qualificado no processo que apura a morte de uma bancária durante um procedimento estético, Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como Doutor Bumbum, será denunciado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) à Polícia Civil por exercício ilegal da profissão e estelionato.

Apesar de ter tido o registro da profissão cassado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), não podendo mais atuar como médico, Denis continua se apresentando em suas redes sociais como profissional da área. Em uma das publicações no Instagram, ele reproduziu o artigo que fez sobre como prevenir e diagnosticar um infarto agudo do miocárdio.

Na postagem, ele se descreve como “médico, futuro dentista e pré-candidato a vereador”. Seu perfil é seguido por mais de 610 mil pessoas. Até essa quarta-feira (19), Denis havia feito 2.186 publicações na página. Desde que foi solto, em janeiro de 2019, ele passou a fazer postagens diariamente.



Então é isso, uma honra ser convidado a fazer parte de mais essa equipe, que faz, com compromisso com a verdade, toda a diferença no entretenimento e jornalismo carioca. Consultor e colunista de Saúde e Beleza na revista @revista.rj Rio de Janeiro, muito orgulho, obrigado! Esse mês escrevi, em 3 páginas, um resumo em linguagem leiga, ou o mais perto disso, de como realizar um diagnóstico de infarto agudo do miocárdio, como se prevenir desse mal súbito, os fatores causais e os novos grupos de risco de acordo com as estatísticas atuais de cardiologia. Os alimentos que lhe protegem e que agridem sua saúde, os suplementos e as dicas, ah, as dicas de saúde do doutor… Mas não é uma matéria médica, não exatamente, é uma matéria com conhecimento médico voltada para o povo, sofrido, maltratado e sem qualidade de saúde, sem hospitais, sem médicos, sem boas orientações, e sem respeito, que já até se acostumou a sofrer todo esse descaso. Bom, isso tudo será mudado esse ano, ao menos no que depender de mim! Já nas bancas! Abraços, #DrDenisFurtado #jornalopovo #revistariodejaneiro #riodejaneiro #opovo #medicina #cardiologia #iam #infarto #saúdepública

A post shared by Dr. Denis Furtado (@drdenisfurtado) on Feb 17, 2020 at 2:18pm PST

O processo criminal no qual Doutor Bumbum é reu pela morte de Lilian Calixto, de 46 anos, em quem ele aplicava PMMA — um derivado do acrílico — segue tramitando no Tribunal de Justiça do Rio. De acordo com as investigações da 16ª DP (Barra da Tijuca), o procedimento ocorria na cobertura de Denis, na Barra da Tijuca, quando a bancária passou mal e foi levada por ele a um hospital particular do bairro, onde onde morreu horas depois, após quatro paradas cardiorrespiratórias.

Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicou que ela teve embolia pulmonar — quando o fluxo sanguíneo do pulmão é interrompido. Ele foi preso por seis meses, sendo solto após uma decisão da Sétima Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. A prisão foi substituída por medidas cautelares como comparecimento periódico em juízo para informar e justificar atividades, proibição de se ausentar do Rio e recolhimento em casa à noite e nos dias de folga.

Em liberdade, Doutor Bumbum criou uma associação para acolher vítimas de erro hospitalar, prestando consultoria “de forma gratuita e voluntária” a vítimas ou a pessoas que temem eventos adversos ocasionados por atendimento hospitalar.

Procurado por ÉPOCA, ele não respondeu as mensagens nem atendeu as ligações. Em dezembro, Denis enviou nota afirmando que Lilian morreu “pela negligência e imperícia médica em diagnosticar e tratar um inequívoco infarto agudo do miocárdio pela médica plantonista do hospital, que simplesmente ignorou os exames da paciente e a deixou num leito de observação até a morte”.

Segundo Doutor Bumbum, o procedimento por ele efetuado seguiu “padrões técnicos, sem erros ou intercorrências, o que é comprovado pelo prontuário do hospital e o laudo de necropsia”. Na ocasião, ele defendeu ainda que “a habilitação do médico já está no diploma de medicina, e é vetado o termo ex médico ou bacharel em medicina, o que não sou.”

Fonte: Época

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